Artigo sobre Sínodo

Bispo cita caminhos para a família no contexto evangelizador

Dom Antônio Augusto enfatiza que a luz do Espírito Santo somada à experiência de bispos e casais permitirá visualizar caminhos para as famílias atuais

Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro

Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização

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Dom Antônio Augusto, bispo auxiliar do Rio de Janeiro / Foto: Arquivo

“Para que a família caminhe bem, com fé e esperança, necessita ser alimentada pela Palavra de Deus”. São palavras do Papa Francisco antes da Oração do Angelus, rezada na Praça de São Pedro, no último dia 5 de outubro, após a Santa Missa de abertura do Sínodo Extraordinário sobre a Família.

Essa recomendação do Romano Pontífice demonstra, claramente, que esse Sínodo de Bispos, que continuará até o dia 19 de outubro próximo, não pretende ser uma discussão de ideias bonitas e originais, nem tampouco aspira ser uma assembleia que revolucionará a doutrina católica a respeito da família, desafiada na atualidade por tantas mudanças culturais e comportamentais, mas quer ser uma reflexão nutrida e aprofundada desde a Revelação de Deus presente nas Sagradas Escrituras.

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Os padres sinodais e os leigos participantes dessa reunião singular em Roma devem estar nesses dias, bem juntos e em união com o Papa Francisco, pedindo ao Espírito Santo que lhes infunda o dom da Sabedoria, que supera toda ciência, e que os seus pensamentos e projetos estejam plenamente de acordo com o sonho de Deus: a família, desde os primórdios da humanidade, é parte integrante do sonho de amor que Deus tem para todos os povos e nações.

Trata-se, portanto, de um Sínodo Extraordinário que enfrenta um concreto desafio pastoral: como é possível hoje, num mundo marcado por ideias forjadas sem Deus, e até contra Deus, tornar realidade esse projeto divino de Deus?

A possibilidade de tornar esse sonho divino em realidade humana deverá unir a luz da Sabedoria enviada pelo Espírito de Amor com a luz da experiência dos Bispos e dos casais, integrantes desse Sínodo Extraordinário. A união dessas duas luzes permitirá nesses dias de estudo e de debates abertos visualizar alguns caminhos para as famílias nas diversas situações de suas vidas.

Entre esses caminhos, destacam-se: em primeiro lugar, fazer da família uma escola de humanidade, de sociabilidade, de eclesialidade e de santidade. Ser família dentro desse projeto de amor divino é ser um ambiente formativo, jamais, em nenhum momento, ser um curso de deformação do caráter humano.

Outro caminho transitável pelas famílias no contexto de uma nova evangelização deve ser a via das atitudes próprias de um projeto divino, e entre elas se destacam a fé e a esperança, já que pais e filhos devem olhar para os desafios à sua volta com o ânimo e com a determinada determinação de viverem apoiados cada vez mais na providência e na onipotência amorosa de Deus, que conduzirá tudo para o bem da família.

Finalmente, usando uma palavra do Papa Francisco, que já se tornou uma “senha” para entrar no meio do mundo atual e dialogar com ele, abre-se para as famílias o caminho da parresia ou da audácia, porque se Deus é o dono do mundo, homens e mulheres, bem formados em famílias maduras na fé e na esperança, serão audazes construtores de pontes e de portas, que unem as pessoas e que se abrem para mudanças novas e melhores na sociedade atual.

Esperemos, com confiança e otimismo, o documento que recolherá a síntese de todos os trabalhos desse sínodo, e rezemos, sobretudo, pelo Papa Francisco, que o terá em suas mãos nos próximos meses para seu estudo, suas decisões e suas orientações para a Igreja Católica, que só deseja servir e amar as famílias.

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