Supremo Tribunal Federal julgará nesta sexta-feira, 24, ação que pede descriminalização do aborto caso a gestante tenha sido infectada pelo zika vírus
Julia Beck
Da redação, com informações de CNBB
“Nenhum ser humano é incompatível com a vida nem pela sua idade, saúde ou qualidades existenciais. Quando se anuncia um bebê no ventre de uma mãe é uma dádiva. A vida é dom de Deus e nós temos um compromisso com essa vida”. A declaração é do presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Ricardo Hoepers.
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O bispo manifestou sua defesa pela vida diante da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de pautar para esta sexta-feira, 24, em sessão virtual, o tratamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 5581, ajuizada pela Associação Nacional dos Defensores Públicos – ANADEP, que pede, dentre outras questões relacionadas ao zika vírus, a descriminalização do aborto caso a gestante tenha sido infectada pelo zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti.
Dom Ricardo convoca todos os católicos a se unirem em oração pelos ministros do STF. O bispo também recordou o tema da Campanha da Fraternidade (CF) 2020 e a reflexão que ela traz para a sociedade: “A Campanha da Fraternidade nos disse: ‘Ele viu, teve compaixão e cuidou’. Portanto, é tempo de cuidar, é tempo de dizer sim à vida”.
O bispo completou: “Nesta pandemia do covid-19 temos que acreditar na vida. Nós como cristãos católicos, vamos rezar sempre e defender a vida desde a concepção até o fim natural”. Confira o pronunciamento de Dom Ricardo na íntegra:
Nota da CNBB em defesa da vida
Na última sexta-feira, 19, a Presidência da CNBB, em sintonia com segmentos e instituições, convocou a todos, por meio de uma nota oficial, pelo empenho em defesa da vida, contra o aborto. A entidade se dirigiu, publicamente, como o fez em carta pessoal, aos ministros do STF para compartilhar, ponderar argumentações e considerar, seriamente, o dever de todos em valorizar o dom inviolável da vida.
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Reiterando que a fé cristã compromete, de modo inarredável, na defesa da vida, em todas as suas etapas, desde a fecundação até seu fim natural, a nota salienta que este compromisso de fé é também um compromisso cidadão, em respeito à Carta Magna que rege o Estado e a Sociedade Brasileira, como no seu artigo quinto, quando reza sobre a inviolabilidade do direito à vida.
No texto, a presidência reforçou sua imutável e comprometida posição em defesa da vida humana com toda a sua integralidade, inviolabilidade e dignidade, desde a sua fecundação até a morte natural comprometida com a verdade moral intocável de que o direito à vida é incondicional, e disse que, o mesmo deve ser respeitado e defendido, em qualquer etapa ou condição em que se encontre a pessoa humana.
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“Não compete a nenhuma autoridade pública reconhecer seletivamente o direito à vida, assegurando-o a alguns e negando-o a outros. Essa discriminação é iníqua e excludente; causa horror só o pensar que haja crianças que não poderão jamais ver a luz, vítimas do aborto. São imorais leis que imponham aos profissionais da saúde a obrigação de agir contra a sua consciência, cooperando, direta ou indiretamente, na prática do aborto”, diz um trecho da nota.
A CNBB reafirma, ainda, fiel ao Evangelho de Jesus Cristo, o repúdio ao aborto e quaisquer iniciativas que atentam contra a vida, particularmente as que se aproveitam das situações de fragilidade que atingem as famílias. “São atitudes que utilizam os mais vulneráveis para colocar em prática interesses de grupos que mostram desprezo pela integridade da vida humana. (S. João Paulo II, Carta Encíclica Evangelium Vitae, 58)”.