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Beleza na liturgia facilita comunhão com Deus, diz especialista

O homem religioso está consciente da função da beleza na liturgia, seja para facilitar a comunhão com Deus, seja em sinal de respeito

Padre Anderson Marçal
Doutor em Teologia Pastoral Bíblico-Litúrgica

A Epifania de Cristo na Beleza da Liturgia

Padre Anderson Marçal

Padre Anderson Marçal

A liturgia é naturalmente bela, de origem divina. O que preocupa liturgos e liturgistas é a beleza dos sinais sensíveis nas suas diferentes formas, isto é, a beleza estética e a beleza da santidade. As duas formas contribuem para a beleza geral da liturgia.

A primeira forma, a beleza estética obedece às normas e aos padrões que permitem que as realidades sensíveis sejam bem apresentadas na liturgia e criam um ambiente agradável que permita uma boa participação dos fiéis.

A segunda forma, a beleza da santidade faz dos participantes da celebração sinais sensíveis agradáveis e admiráveis pelo seu testemunho de vida, servindo de modelo para outras pessoas. Se esta forma de beleza é importante para todos os participantes da celebração, ela é mais exigida do presidente da celebração que celebra in Persona Christi, isto é, no lugar de Cristo. Por isso, ele deve ser o reflexo do que representa. Falando da responsabilidade do Presidente da celebração, Aldazábal disse: “Ele é o Sinal de Cristo, o ‘sacramento’ que visibiliza o verdadeiro Sacerdote e Presidente de toda a assembleia cristã”.

Por isso, a responsabilidade do Presidente da celebração é muito grande. A coerência da sua conduta com os mistérios celebrados faz a sua beleza de santidade e, consequentemente, faz dele um sinal que agrada, que atrai; as pessoas vão acreditar mais porque o presidente vive o que celebra, dá testemunho de vida. É ao mesmo testemunho de vida que Paulo VI convida a Igreja na missão evangelizadora, no documento Evangelii Nuntiandi, número 76. Ele disse: “O mundo reclama e espera de nós simplicidade de vida, espírito de oração, caridade para com todos, especialmente para com os pequenos e os pobres, obediência e humildade, desapego de nós mesmos e renúncia”.

Na liturgia, a presença agradável da beleza nas duas formas facilita aos participantes da celebração a alcançarem o objetivo da liturgia. A preocupação pela beleza é também um sinal de respeito a Deus. Com efeito, o homem religioso tem consciência de que o culto não é qualquer ação, mas algo que envolve o homem e Deus, Ser Supremo, a quem se deve louvor, respeito.

Para mostrar o respeito, o homem vai procurar cuidar dos ritos, fazer belas as ações simbólicas, pelas quais Deus se manifesta e pelas quais ele também vai ao encontro do divino. Não é um critério suficiente para medir a fé, porém é um sinal exterior que pode mostrar fé em Deus e consideração pela liturgia. É no mesmo sentido que, justificando a necessidade da beleza, Aldazábal afirma: “Na se trata de fazer ostentação de riqueza, mas mostrar, pela própria maneira exterior de agir, o apreço em que é tido o que celebramos”.

De modo geral, o homem religioso está consciente da função da beleza na liturgia, seja para facilitar a comunhão com Deus, seja em sinal de respeito e, às vezes, até de forma muito humilde, ele tem sempre o desejo de fazer bem as ações cultuais, seja para uma verdadeira epifania (manifestação) de Cristo. Tendo presente a beleza na liturgia com as suas diferentes formas, como a epifania de Cristo é sentida na beleza da liturgia?

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