Há 37 anos, Cardeal Raymundo Damasceno participa das Assembleias Gerais da CNBB; Purpurado reforça importância das eleições que definem, a cada quadriênio, a nova presidência da conferência
Julia Beck
Enviada a Aparecida (SP)
Cardeal Raymundo Damasceno /Foto: Daniel Xavier
A Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil chegou à sua 60ª edição. São 60 anos do evento que reúne o episcopado brasileiro. Destes, 37 contaram com a presença do agora arcebispo emérito de Aparecida (SP), Cardeal Raymundo Damasceno.
O purpurado destaca que a conferência tem uma longa história e que, ao longo dos anos, o número de bispos e dioceses do Brasil foram aumentando. “Ela é a maior conferência do mundo”, revela.
Dom Raymundo assinala que o momento mais importante da conferência é a assembleia. “Ela é grande e congrega todos os bispos”, disse. O cardeal recorda que nessas assembleias se tomam decisões de âmbito nacional e que comprometem todos os bispos.
“Hoje, apresentaram os bispos novos e fizeram um relatório da presidência. Agora, vamos dar andamento aos trabalhos”, pontua. As atividades, retoma o prelado, “é uma expressão da colegialidade dos bispos”.
Sinodalidade, comunhão e pastoral
O cardeal assinala que atualmente a Igreja está vivendo um momento importante: está se preparando para a realização do Sínodo sobre a sinodalidade. O Sínodo está em fase universal e será dividido em duas etapas que acontecem uma no segundo semestre deste ano, 2023, e a outra no segundo semestre do próximo ano, 2024.
“A conferência também é expressão de sinodalidade”, afirma Dom Raymundo. De acordo com o purpurado, os bispos participam ativamente das decisões não só nas assembleias, mas também nos conselhos permanentes (que tomam decisões em caráter de urgência e que posteriormente são levados para a assembleia), nas comissões pastorais, conselhos regionais e episcopais.
O arcebispo emérito de Aparecida lembra ainda que é na assembleia geral que as diretrizes gerais são traduzidas em planejamento pastoral. “Caminhamos em comunhão, respeitando a realidade de cada diocese, mas tendo como referencial as diretrizes que orientam a elaboração pastoral”, comenta.
Os 60 anos da AG é “uma caminhada longa construída por muitos que nos precederam e estão na casa do Pai”, reforça Dom Raymundo. Uma história que o cardeal lembra que foi feita por muitas mãos, por muitos bispos, em comunhão com o Papa. A sinodalidade, prossegue, se dá na comunhão, participação e missão de toda a Igreja.
Eleições
A assembleia deste ano é eletiva e realizada a cada quadriênio. A renovação ou reeleição dos bispos da presidência, segundo Dom Raymundo, é muito importante. “Há sempre a renovação. Bispos novos chegam com a sua experiência, capacidade, energia que permite que se renove o quadro da direção da CNBB”.
“Nós não temos candidato, chapas. A eleição é sempre a expressão do desejo do episcopado. No caso da presidência, é preciso 2/3 dos bispos para a eleição ou reeleição dos que estão a frente da conferência. Uma vez feita a eleição, a pessoa recebe uma missão a ser cumprida. Missão a gente não recusa, mas cumpre, como um serviço…”
O Cardeal frisa que a presidência tem um papel muito importante, afinal, ela representa a conferência perante a sociedade. “A Igreja tem a missão de ser instrumento de comunhão, paz e reconciliação. É o que o povo espera de toda a presidência”.
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