Em coletiva de imprensa, três bispos abordaram questões relacionadas ao trabalho, aos indígenas e à Amazônia
André Cunha
Enviado a Aparecida
Os bispos reunidos em Aparecida, para a 55ª Assembleia Geral da CNBB, voltaram a abordar a realidade dos trabalhadores brasileiros, durante a coletiva de imprensa, nesta segunda-feira, 1º de maio, Dia Internacional do Trabalho.
Atenderam à imprensa: Dom Erwin Kräutler, bispo prelado emérito Xingu (PA), Dom Sebastião Lima Duarte, bispo de Viana (MA) e Dom Roberto F. Ferrería Paz, bispo de Campos (RJ).
Dom Paz comentou as cenas de violência que foram registradas durante a greve geral da última sexta-feira, 28 de abril, em várias partes do Brasil. O dia foi marcado por protestos contra as reformas propostas pelo governo de Michel Temer, mas também, por confrontos entre manifestantes e policiais e interdições de rodovias.
Veja o que disse o bispo de Campos:
Dom Roberto Paz também pontuou as ações concretas que a Igreja promove para defender os direitos dos trabalhadores, sobretudo, neste período de reformas promovidas pelo governo.
REPAM e as questões indígenas
Dom Erwin foi quem falou sobre o trabalho da Rede Eclesial Pan-Amazônia (REPAM), programa da Igreja no Brasil, apoiado pelo Papa Francisco.
O bispo emérito do Xingu disse que, pela abrangência da floresta Amazônia, que chega a nove países, a região é para a Igreja, mas também para o mundo, uma “orientação, um desafio e uma exigência”. E a questão indígena, o principal desafio, o que pede dos bispos e das Igrejas locais, ações em prol destes povos.
“A Rede Eclesial Pan-Amazônia quer chamar a atenção de todas as Igrejas para essa questão”, disse Dom Erwin, acrescentando que a evangelização incide sobre a realidade dos povos que vivem na Amazônia.
“A Amazônia é um desafio para todo o país, hoje mais do que nunca, principalmente depois dos novos acontecimentos”, destacou o bispo, lembrando o ataque a índios na cidade de Viana, Maranhão.
Sobre esta questão, o bispo de Viana, Dom Sebastião Lima Duarte, relatou que um grupo de fazendeiros atacou uma comunidade indígena da cidade de Viana (MA), localizada a 220 km de São Luís, nesse domingo, 30, para travar uma disputa territorial
Segundo o bispo, 13 pessoas ficaram feridas. Os índios do povo Gamela, foram pegos de surpresa com a chegada de dezenas de homens à área. O grupo chegou com armas de fogo, pedaços de pau e facões.
O bispo afirmou que o Estado é ausente no trato com a questão indígena, não só no Maranhão, como em todo o país. Veja no vídeo:
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