A Arquidiocese de Olinda e Recife (PE), solicitou a suspensão da distribuição de pílulas do dia seguinte pelas prefeituras das cidades de Recife, Olinda e Paulista, ao Ministério Público de Pernambuco, nesta segunda-feira, 28.
Neste domingo, 27, o ministro da Saúde José Gomes Temporão lançou a campanha de prevenção à Aids, que vai distribuir quase 20 milhões de preservativos no período de Carnaval, e criticou a postura da Arquidiocese, alegando que isto é questão de saúde pública e não religiosa.
O arcebispo de Olinda, Dom José Cardoso Sobrinho deu uma coletiva a imprensa na tarde de ontem, 28, ratificando sua atitude baseado no Catecismo da Igreja Católica."No momento em que uma lei positiva priva uma categoria de seres humanos da proteção que a legislação civil lhes deve dar, o Estado nega a igualdade de todos perante a lei. Quando o Estado não colocar sua força a serviço dos direitos de todos os cidadãos, particularmente dos mais fracos, os próprios fundamentos de um estado de direito estão ameaçados”. CIC
.: Íntegra da Carta de Dom José Cardoso, Arcebispo de Olinda e Recife
Dom Antônio Augusto, membro da Comissão para a Vida e a Família da CNBB apóia a decisão da Arquidiocese. Para ele o bispo tem a responsabilidade de formar a consciência dos seus diocesanos, e essa pílula tem propriedades abortivas. “Ela tem grande possibilidade de causar o aborto, são os micro-abortos como se chama, então é uma forma de aborto químico, e isso a Igreja não pode aceitar, de jeito nenhum porque está em jogo um valor sagrado e inviolável que é a vida humana", afirma Dom Antônio.
.: ÁUDIO: Dom Antônio fala sobre a atitude de Dom José Cardoso
Sobre o comentário do ministro da Saúde, que criticou a Arquidiocese Dom Antônio disse: “Ele diz que a Igreja mais uma vez está equivocada, eu acho que nesse sentido, cada um de nós deve situar-nos exatamente dentro do âmbito do nosso trabalho, o âmbito da Igreja, do trabalho da Igreja, é um trabalho de evangelização, de formação da consciência, da difusão das verdades reveladas por Deus, não só sobre o próprio Deus, mas sobre o homem, a mulher. E o ministro, mesmo sendo católico, como a maioria dos brasileiros são, tem que acatar os ensinamentos da Igreja e caso não queira acatar, pelo menos respeitar, e pronunciar-se a respeito da Igreja de maneira respeitosa".
.: ÁUDIO: Dom Antônio comenta postura do Ministro da Saúde