O Arcebispo do Rio disse que este não é o momento para muitos festejos. “Afinal de contas, é uma hora muito traumática para o país”, afirmou
Da redação, com Rádio Vaticano
O Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, comentou nesta quinta-feira, 12, em entrevista à Rádio Vaticano, o afastamento de Dilma Rousseff, ocorrido hoje por conta da aceitação da admissibilidade do processo de impeachment pelo Senado Federal.
“É tempo de rezar pelo país, de acreditar nas nossas instituições, e ao mesmo tempo, como bem lembrava o presidente do Senado, discutir as necessidades de melhorias do nosso sistema republicano, presidencialista, como também da própria Constituição, em alguns aspectos, depois de tantos anos já, como se pode melhorá-los. Isso porque muitas dúvidas pairaram nesse tempo sobre essa questão. Mas cabe agora olhar pra frente e ver como se pode recuperar o país para o bem de todo nosso povo”.
Dom Orani considerou que o debate no Senado, que durou mais de 20 horas, “fala um pouco sobre as convicções brasileiras, que nesse momento viu necessário proceder com o impeachment”. “É preciso rezar pelo Brasil, tanto pelo governo de Dilma, que agora está impedida, como também pelo novo governo que assume, para que tenha as luzes necessárias para conduzir o país”.
Sobre contrários e favoráveis ao impeachment
“Na realidade, prós e contras sempre tivemos e sempre teremos, mas o importante é que as pessoas saibam fazer uma oposição com seriedade, sem violência, sabendo fazer com razoabilidade de quem realmente procura o bem do país. Sabemos que a alternância de poder é salutar para o país, ao mesmo tempo, é muito importante que as pessoas saibam também ser razoáveis em suas posições, sem haver guerras, nem violências, mas ajudar, na oposição, a governar bem e fiscalizar para que tudo ocorra para o bem de nosso país”.
Pós-impeachment
“Eu creio que este não é o momento de festejarmos muito. Afinal de contas, é uma hora muito traumática para o país. É com certa lamentação que nós vimos acontecer todas essas questões, e não é interessante, nem importante que colocássemos a derrota de um como a vitória do outro. Dos erros e acertos que tivemos no passado, podemos preservar o que de bom tivemos e consertar os possíveis erros para o futuro. Creio que tantos os prós e os contra sabem respeitar, sabem que somos irmãos e querem o bem do país, embora tenham posições diferentes”.