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Papa destaca desafios e esperanças dos migrantes

A Santa Sé divulgou nesta segunda-feira, 29, a mensagem do Papa Bento XVI para a Jornada Mundial do Migrante e Refugiado, que será celebrada no dia 13 de janeiro do próximo ano.

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.: NA ÍNTEGRA: Mensagem do Papa

Na mensagem, o Santo Padre destaca o impressionante fenômeno dos fluxos migratórios que envolvem uma grande quantidade de pessoas e levanta problemáticas sociais, econômicas, políticas, culturais e religiosas, além dos desafios que a questão coloca à comunidade nacional e internacional.

"[Isso porque] todo o migrante é uma pessoa humana e, enquanto tal, possui direitos fundamentais inalienáveis que hão-de ser respeitados por todos em qualquer situação".

A Igreja caminha juntamente com toda a humanidade, afirmou Bento XVI, ao destacar que em sua Encíclica Caritas in Veritate, havia ressaltado que "'a Igreja inteira, em todo o seu ser e agir, quando anuncia, celebra e atua na caridade, tende a promover o desenvolvimento integral do homem" (n. 11), referindo-se também aos milhões de homens e mulheres que, por diversas razões, vivem a experiência da emigração.

O tema da Jornada Mundial do Migrante e Refugiado, escolhido por Bento XVI, será "Migrações: peregrinação de fé e de esperança", um binômio que, segundo o Papa, é indivisível no coração de muitos migrantes.

Ao mesmo tempo que existe o desejo de uma vida melhor, existe, em muitos corações, a confiança de que Deus não abandona as sua criaturas, destacou o Santo Padre. "Por isso, fé e esperança enchem muitas vezes a bagagem daqueles que emigram, cientes de que, com elas, 'podemos enfrentar o nosso tempo presente: o presente, ainda que custoso, pode ser vivido e aceito, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros desta meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho'" (Enc. Spe salvi, 1).

No vasto campo das migrações, a Igreja Católica se envolve em várias dimensões, seja com ações concretas de socorro diante de realidades de pobreza e sofrimento, em que muitos se encontram inseridos, ou mesmo no acolhimento e inserção integral do migrantes no novo contexto sóciocultural.

"A Igreja e as diversas realidades que nela se inspiram são chamadas a evitar o risco do mero assistencialismo na sua relação com os migrantes e refugiados, procurando favorecer a autêntica integração numa sociedade onde todos sejam membros ativos e responsáveis pelo bem-estar do outro, prestando generosamente as suas contribuições originais, com pleno direito de cidadania e participação nos mesmos direitos e deveres", destacou Bento XVI.

Tudo sem descuidar da dimensão religiosa, que constitui o dever mais importante e específico da Igreja, pela própria missão que lhe foi confiada por Cristo, explicou o Papa. Essa comunhão espiritual caminha lado a lado com a promoção humana, que abre os caminhos a "'uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo' (Carta ap. Porta fidei, 6). É sempre um dom precioso tudo aquilo que a Igreja proporciona visando conduzir ao encontro de Cristo, que abre para uma esperança sólida e credível".

O Santo Padre destacou também a questão da imigração ilegal, principalmente nos casos em que estão relacionadas ao tráfico e exploração de pessoas. "Tais delitos hão-de ser decididamente condenados e punidos, ao mesmo tempo que uma gestão regulamentada dos fluxos migratórios – que não se reduza ao encerramento hermético das fronteiras, ao agravamento das sanções contra os ilegais e à adoção de medidas que desencorajem novos ingressos – poderia pelo menos limitar o perigo de muitos migrantes acabarem vítimas dos referidos tráficos".

Por fim, o Papa fez votos de que a Jornada Mundial ajude a renovar a confiança e a esperança no Senhor. "Não percais ocasião de encontrá-Lo e reconhecer o seu rosto nos gestos de bondade que recebeis ao longo da vossa peregrinação de migrantes. Alegrai-vos porque o Senhor está ao vosso lado e, com Ele, podereis superar obstáculos e dificuldades, valorizando os testemunhos de abertura e acolhimento que muitos vos oferecem".

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