Ciência deve buscar verdade

Igreja encoraja e incentiva investigação científica, diz Papa

"O nosso encontro aqui hoje, queridos amigos, é uma prova de estima da Igreja com a investigação científica em curso e de sua gratidão pelo esforço científico, que ela tanto encoraja e incentiva", disse Bento XVI durante audiência aos participantes da Sessão Plenária da Pontifícia Academia das Ciências.

O evento promovido pelo organismo vaticano começa hoje e segue até o dia 1º de novembro e reflete sobre o tema "O Legado Científico do Século XX". O encontro com o Papa aconteceu na manhã desta quinta-feira, 28, às 12h (em Roma – 8h no horário de Brasília), na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano.

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.: Discurso de Bento XVI à Pontifícia Acadêmia das Ciências

"A história da ciência no século XX é marcada por inquestionáveis conquistas e grandes avanços", definiu o Bispo de Roma.

Segundo ele, a imagem popular da ciência nesse século é marcada por duas formas opostas de pensamento. A primeira perceberia na atividade científica uma espécie de panaceia, ponto de vista a partir do qual a ciência poderia responder a todas as perguntas acerca da existência do homem. Já a segunda ressalta o temor com relação à ciência e propõe um afastamento, motivada por evoluções negativas "como a construção e terrível uso das armas nucleares", disse o Pontífice.

"A ciência, naturalmente, não é definida por nenhum desses extremos. Sua tarefa era e continua sendo a de uma paciente e apaixonada busca acerca da verdade sobre o cosmos, sobre a natureza e sobre a constituição do ser humano", acrescentou.


Igreja e ciência

O Papa ressaltou que os progressos feitos no conhecimento científico durante o século XX ajudaram a melhorar a consciência acerca do lugar que o homem e o planeta ocupam no universo.

"De sua parte, a Igreja está convencida de que a atividade científica, em última análise, beneficia-se do reconhecimento da dimensão espiritual do homem e de sua busca por respostas definitivas que permitam o reconhecimento de um mundo que existe independentemente de nós, que nós não entendemos completamente, e que só podemos compreender na medida em que compreendemos a sua lógica inerente", expressou.

Nesse sentido, o Pontífice definiu a experiência do cientista enquanto ser humano como a de perceber "uma constante, uma lei, um logos que ele não criou, mas que ele tem, ao invés disso, observado. […] Esse é o ponto de encontro entre as ciências naturais e religião. Como resultado, a ciência torna-se lugar de diálogo, um encontro entre o homem e a natureza e, potencialmente, até mesmo entre o homem e o seu Criador".

Ao final da audiência, o Santo Padre disse que o resultado positivo da ciência do século XXI dependerá da "capacidade do cientista de procurar a verdade e aplicar as descobertas de uma maneira que ande de mãos dadas com a busca por aquilo que é justo e bom".

Ele também propôs dois pensamentos para reflexões futuras. O primeiro é que a necessidade de uma abordagem interdisciplinar vinculada com a reflexão filosófica que leve a uma síntese é cada vez mais percebida; o segundo salienta que a realização científica no novo século deve ser sempre informada pelos imperativos da fraternidade e da paz, "ajudando a resolver os grandes problemas da humanidade, e dirigindo os esforços de todos para o verdadeiro bem do homem e do desenvolvimento integral dos povos do mundo".


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