A sala de imprensa do Vaticano divulgou um comunicado onde manifesta que "na seqüência das notícias trágicas que indiciam atos de violência contra a Igreja católica na Índia, a Santa Sé deseja exprimir a sua solidariedade com as Igrejas locais e as congregações religiosas envolvidas", manifestando-se contra "atos que atentam a dignidade, a liberdade, o compromisso com a paz civil e a coabitação".
A Santa Sé apela que "com sentido de responsabilidade, a opressão termine e se construa um clima de diálogo e mútuo respeito".
Na edição desta terça-feira, do "L'Osservatore Romano", o presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, afirmou que a Santa Sé tem a intenção de responder às violências anticristãs na Índia, com "a arma da caridade".
"Não se pode negar, explica o cardeal, que os católicos estejam na mira dos fanáticos. E isso ocorre porque construímos escolas e orfanatos. Acusam-nos de proselitismo porque, de vez em quando, alguém se converte. Mas nós defendemos apenas a possibilidade de cumprir nosso dever de cristãos: ajudar os pobres e aqueles que passam graves necessidades".
"Os fanáticos que nos atacam, argumenta o Cardeal Tauran, são aqueles que querem a Índia com uma só religião: o Hinduísmo. Obviamente, não podemos aceitar essa pretensão. Por isso responderemos à violência. E o faremos com a arma da caridade, combatendo as discriminações e instruindo as crianças, para dar a elas um futuro".
"A Nunciatura Apostólica assim como o Episcopado do país, reafirma o cardeal, estão empenhados em fazer compreender que queremos apenas ajudar os mais humildes que, num sistema de castas, são os deserdados da sorte".
"Tenho muito orgulho dos católicos da Índia _ declara o Cardeal Tauran _ porque convictos de sua opção, de viver em meio aos demais cidadãos e testemunhar o amor de Cristo pelos mais pobres, ainda que à custa da própria vida".
Cinco pessoas morreram nesta terça-feira por causa da onda de violência perpetrada por fundamentalistas hinduístas contra os cristãos no Estado indiano de Orissa. Além disso, os extremistas atacaram igrejas, edifícios católicos e incendiaram um orfanato onde morreu uma jovem missionária de 22 anos.