Mártires da fé

Homilia de Bento XVI na Solenidade de Pedro e Paulo

Queridos irmãs e irmãos

Em nome dos Santos Pedro e Paulo, renovemos hoje, com os nossos irmãos vindo de Constantinopla, o propósito de vivermos profundamente o desejo de Cristo que quer a nossa plena união.

O Oriente e o Ocidente cristãos estão muito próximos entre si e já podem contar com uma comunhão quase plena como recorda o Concílio Vaticano II: Farol que guia os passos do caminho ecumênico. As várias iniciativas e encontros, as visitas recíproca, os diálogos em curso que não são meros gestos de cortesia ou meios para se chegar a um compromisso, mas sinais de um desejo comum para que chegue logo o dia em que possamos atingir a plena comunhão desejada por Cristo, para que todos sejam um.

O Ano Paulino que foi anunciado ontem na Basílica de São Paulo fora dos muros diante do tumulo do Apóstolo dos gentios, que como dissemos, terá início em 2008 e se concluirá em 29 de junho de 2009 é um ano Jubilar dedicado a São Paulo por ocasião dos 2000 anos de seu nascimento.

Que esse Ano Paulino possa contribuir para renovar o nosso entusiasmo missionário e tornar mais intensas as nossas relações com os irmãos do Oriente e com os demais cristãos que como nós venera São Paulo, o Apóstolo dos gentios. Esta Basílica que viveu eventos de profundos significados ecumênicos nos recorda como é importante rezar juntos hoje para implorar o dom da unidade. Aquela unidade pela qual São Pedro e São Paulo dedicaram a sua existência até o supremo sacrifício do sangue.

Uma antiqüíssima tradução que remonta os tempos Apostólicos narra que justamente a pouca distância desse lugar se realizou o último encontro deles antes do martírio. Pedro e Paulo teriam se abraçado e abençoado um ao outro. E no portal maior dessa Basílica eles são representados juntos com a cena do martírio de ambos.

Portanto, desde o início, a tradição cristã considerou que Pedro e Paulo eram inseparáveis um do outro embora tenha tido cada um uma missão diferente a cumprir. Pedro por primeiro confessou a fé em Cristo, Paulo obteve o dom do poder de aprofundar a sua riqueza. Pedro fundou a primeira comunidade dos cristãos proveniente do povo eleito e Paulo tornou-se o Apóstolo dos gentios, o Apóstolo dos pagãos. Com carismas diversos eles atuaram por uma única causa, ou seja a construção da igreja de Cristo.

A ação da igreja é crível e eficaz somente na medida em que aqueles que delas fazem parte estão dispostos a pagar pessoalmente a sua fidelidade a Cristo em toda situação”. Onde falta tal disponibilidade vacila o argumento decisivo da verdade da qual a própria Igreja depende. Cristo precisa de Apóstolos prontos a sacrificar a si mesmo, precisa de testemunha e de mártire como São Pedro e São Paulo.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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