João Paulo II enviou uma mensagem ao Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, por ocasião da festa litúrgica de Santo André Apóstolo, padroeiro do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.
Os dois irmãos apóstolos – Pedro e André – unidos num abraço fraterno, “símbolo da meta que devemos alcançar: o abraço das nossas Igrejas na plena comunhão”.
Essa é a imagem que o Papa tem diante dos olhos – imagem contida num precioso ícone doado pelo Patriarca Atenágoras I ao Papa Paulo VI, como recordação do primeiro encontro que ambos mantiveram, em Jerusalém – quando escreve ao Patriarca Bartolomeu I.
Para as celebrações pela festa de Santo André, como de costume, uma delegação da Santa Sé – chefiada pelo Cardeal Walter Kasper, Presidente do Pontifício Conselho para Promoção da Unidade dos Cristãos – esteve em visita à sede do Patriarcado, em Istambul, assim como, todos os anos, uma delegação do Patriarcado Ortodoxo vem a Roma, por ocasião das festa de São Pedro, irmão de Santo André.
A mensagem do Santo Padre foi entregue ao término da sagrada liturgia celebrada sábado de manhã, na Igreja de São Jorge Al Fanar, presidida pelo Patriarca Bartolomeu I, a quem é reconhecido, por toda a Igreja Ortodoxa, um primado de honra.
A mensagem deixa entrever a intensa ânsia de unidade presente no coração do Papa. Unidade que se faz urgente neste tempo em que os cristãos são chamados a promover um autêntico espírito de paz e reconciliação, num “mundo marcado por dramáticas lacerações e conflitos armados”. Mas o caminho não é fácil. E é por isso que o Santo Padre não hesita em indicar o caminho do martírio como medida de fidelidade a Cristo, aquele mesmo caminho percorrido pelos dois grandes apóstolos.
“Eles são os modelos – escreve o Papa – ao qual devemos continuamente fazer referência, sem reticências, e que devem conduzir nossos passos e nos dispor, com humildade, ao sacrifício pela unidade desejada pelo Senhor”.
A seguir, a mensagem chega a aspectos mais concretos da relação entre ambas as Igrejas: “Devemos encontrar – afirma o Pontífice – formas mais freqüentes de comunicação e de intercâmbio – regulares e recíprocos – para tornar mais harmoniosas as nossas relações e para coordenar de modo mais eficaz os nossos esforços comuns.”
Fonte: SN