Com a nova medida, governo paulista busca preservar os níveis dos reservatórios e garantir a recuperação dos mananciais
Sidinei Fernandes
São Paulo (SP)

Foto: Canva Pro
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ampliou, nesta segunda-feira, 22, o período de redução da pressão na rede de água das 19h às 5h da manhã. Antes, a restrição era das 21h às 5h, em vigor desde 27 de agosto. A medida é válida para a Região Metropolitana de São Paulo.
A decisão atende uma recomendação da Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo (Arsesp), em razão do cenário de estiagem que tem provocado queda no nível dos reservatórios.
O Sistema Cantareira, que abastece cerca de 9 milhões de habitantes da Grande São Paulo, opera nesta segunda-feira com 29,3% da capacidade de armazenamento, o menor nível para o mês de setembro em 10 anos.
O diretor-presidente da Arsesp, Thiago Mesquita Nunes, justificou a medida. “Nós estamos acompanhando com muita atenção o nível dos reservatórios e principalmente as chuvas. Durante esse mês de setembro nós praticamente não tivemos chuva. A média do mês de setembro é de mais ou menos 80 milímetros de chuva na região do Cantareira e nós tivemos até hoje 0,2 milímetros. Além disso, nós identificamos que a população manteve o mesmo patamar de consumo que estava antes das medidas anunciadas”, afirmou
Medida de conscientização
Ainda segundo a Arsesp, reduzir a pressão na rede de água desperta consciência na população e tem sido uma ferramenta eficaz. “Durante esse período, nós tínhamos a expectativa de reduzir em 4000 litros por segundo a captação dos reservatórios em função da gestão de demanda noturna. E nós conseguimos durante esse período, uma média de 4200 litros por segundo. Tomar a medida funcionou. Ela é eficaz. Nós estamos ampliando para garantir a sustentabilidade dos reservatórios ao longo dos próximos meses”, destacou Nunes.
A Arsesp acrescentou ainda que determinou que a Sabesp reduza a pressão em um determinado período diurno, mas sem prejudicar o abastecimento dos cerca de 1.000 pontos críticos, que são pontos mais altos e distantes da rede. “Então, não haverá um desabastecimento, mas a população pode perceber uma redução da pressão, a água chegando um pouco mais fraca, a torneira ainda com água, mas com menos pressão do que estava acostumado. Isso também permitirá uma grande economia, também da ordem de 1000 litros por segundo”, concluiu Nunes.
Além do Cantareira, todos os demais reservatórios operam em queda. O consumidor por acompanhar diariamente a situação dos mananciais no site da Sabesp.