Missionários da Comunidade Canção Nova incentivaram peregrinos a perseverar nas últimas pregações do Acampamento PHN 2025 neste domingo, 13
Gabriel Fontana
Da Redação

Adoração ao Santíssimo Sacramento iniciou atividades do Acampamento PHN 2025 na manhã deste domingo, 13 / Foto: Bruno Marques
O último dia do Acampamento PHN 2025 neste domingo, 13, foi repleto de momentos emocionantes para os peregrinos reunidos na sede da Comunidade Canção Nova em Cachoeira Paulista (SP).
A manhã teve início com a Adoração ao Santíssimo Sacramento conduzida pelos missionários da Comunidade Canção Nova Salette Ferreira e padre Edimilson Lopes. Na sequência, padre Roger Luis pregou sobre a virtude teologal da esperança.
No início de sua fala, o sacerdote destacou que a geração atual está em decadência moral e espiritual. Diante disso, ele afirmou que o remédio é despertar homens e mulheres que estejam dispostos a viver uma vida moral segundo os critérios de Jesus Cristo e da Igreja e uma vida espiritual em alto nível. “Você, como escolhido nesta geração, é a resposta que Deus tem para os últimos tempos”, enfatizou.
Padre Roger Luis citou alguns dos problemas que têm assolado os jovens de hoje em dia, caracterizando esta geração como narcisista, digitalizada e anestesiada, que busca prazeres imediatos, rejeita autoridades e zomba daquilo que é sagrado. “Estamos diante de uma grande apostasia silenciosa, onde muitos jovens batizados têm abandonado o Evangelho para seguir os espíritos enganadores destas doutrinas de demônios”, denunciou.
“Estamos em uma geração que se vive uma falsa liberdade”, prosseguiu o sacerdote, comparando a sociedade de hoje à da época de Noé – marcada pela Indiferença, pela normalização do pecado e pelo desprezo por uma vida espiritual constante e determinada.
Cuidar da alma
Neste contexto, o sacerdote alertou aqueles que têm cuidado mais do corpo que da alma. “Se as pessoas gastassem o tempo que elas gastam na academia diante do Santíssimo, nós tínhamos uma geração santa. E eu não estou aqui dizendo que nós não devemos fazer exercício físico, ir na academia, cuidar do corpo. Eu estou dizendo que muito mais da sua alma você deve cuidar”, expressou.
O missionário indicou ainda que a juventude está hiperestimulada digitalmente, mas espiritualmente está apática. “Nós vemos uma juventude buscando autenticidade sem verdade, amor sem cruz, liberdade sem graça. A juventude atual vive como se não houvesse o juízo, mas um dia nós prestaremos contas”, alertou.
“Se não entendermos essa realidade, seremos contaminados por essa geração”, enfatizou padre Roger Luis. Contudo, ele ressaltou aos jovens presentes no Centro de Evangelização que, olhando nos olhos de cada um, ainda tem esperança.
Segundo o sacerdote, a dor da juventude contemporânea não é social, mas espiritual: os jovens encontram-se perdidos em crises existenciais, presos nos cativeiros modernos. “Muitos jovens são como zumbis espirituais: ficam ligados o tempo todo na tomada do entretenimento, dos sentimentos, das emoções, mas estão desligados espiritualmente, e isso desliga a alma daquilo que precisa ter para avançar, continuar, lutar, enfrentar as dificuldades desta geração”, declarou.
A virtude da esperança

Padre Roger Luis pregou sobre a virtude teologal da esperança / Foto: Bruno Marques
Padre Roger Luis indicou que hoje a verdade tem sido percebida como algo opressor, e a mentira é celebrada como verdade. Diante disso, ele sublinhou que os jovens estão sendo despertados para serem sinal do amor de Deus e que a virtude da esperança é o remédio para que a geração PHN não se deixe contaminar.
“A esperança é o céu”, salientou o sacerdote. “É por causa do céu que nós vamos enfrentar o pecado dizendo ‘PHN’. É na esperança do céu que nós vamos renunciar aos vícios. É na esperança do céu que eu e você vamos lutar todos os dias para sermos fiéis. É na esperança do céu que nós vamos elucidar mais da nossa alma do que do nosso corpo, não deixando de cuidar do corpo”, complementou.
Encerrando sua pregação, padre Roger Luis reiterou que a virtude teologal da esperança leva os fiéis a desejarem o Reino dos Céus e a vida eterna, movendo o coração decididamente em direção à felicidade.
Beato Carlo Acutis no PHN 2025

Relíquias do Beato Carlo Acutis foram apresentadas aos peregrinos reunidos / Foto: Bruno Marques
Na sequência, o missionário à frente da espiritualidade PHN, Pitter di Laura, fez a última pregação do acampamento deste ano. “Em busca do júbilo eterno” foi o tema de sua fala, que contou ainda com uma participação especial: a do Beato Carlo Acutis.
Logo no início da pregação, o missionário convidou ao palco do Centro de Evangelização o diretor espiritual do Movimento Devotos de Carlo Acutis Brasil, padre Fábio Vieira. Ele apresentou uma relíquia de primeiro grau do jovem italiano que em breve será canonizado e deu dois presentes ao PHN: uma outra relíquia de primeiro grau do beato (dois fios de cabelo) e uma pétala que estava em seu túmulo e, relata o sacerdote, mantinham-se da mesma forma.
Também subiu ao palco o frei Carlos Acácio, que foi o primeiro reitor do Santuário do Despojamento, em Assis (Itália), onde o Beato Carlo Acutis foi sepultado. Ele exibiu aos fiéis uma camisa branca usada pelo jovem italiano e comentou: “achei muito interessante que, justamente hoje, no dia do giro das camisetas, chega uma camiseta branca de Carlo Acutis”.
O canto novo
Em sua pregação, Pitter leu sobre alguns trechos do livro de Isaías. A partir deles, falou sobre o júbilo eterno, apontando para o dia em que todos estarão reunidos no céu, e sobre os sofrimentos vividos neste mundo – todas as lágrimas serão enxugadas por Deus, sinalizou.
“Nós seremos livres! Livres do pecado, da dependência, de relacionamentos tóxicos. Nós seremos livres”, expressou o missionário, acrescentando que a liberdade dos homens foi paga na cruz e, portanto, a humanidade não pode se deixar escravizar pelo mal. “Senão você está transformando o sacrifício de Jesus em uma mera história. Não! Ele morreu para te libertar”, exclamou.
A partir do capítulo 26 do livro de Isaías, Pitter refletiu sobre como será a vida no céu e os hinos de louvor que serão cantados. Frente a isso, observou: “você veio na Canção Nova porque aqui é entoado um cântico novo, apesar dos nossos limites e das nossas dificuldades”.
“Dentro de você existe um anseio incontrolável de cantar o canto novo”, enfatizou. “Lá no céu nós cantaremos juntos, e a nossa música não terá fim”, prosseguiu Pitter, indicando a necessidade de ter latente, dentro do coração, o júbilo que foi experimentado nestes dias de Acampamento PHN.
Perseverar

“Em busca do júbilo eterno” foi o tema da última pregação do Acampamento PHN 2025 / Foto: Bruno Marques
Neste contexto, o missionário interpelou os peregrinos, questionando o sentido de desejar o céu, onde não há mal, se não combate-se o mal desde já. “É necessário lutar agora contra aquilo que a gente não quer viver na eternidade”, ressaltou.
“Não vai chegar no júbilo eterno quem não for santo”, prosseguiu, e existe uma diferença muito grande entre ser bom e ser santo. Você não é chamado só a ser bom, você é chamado a ser santo”. Para isso, sublinhou, é preciso o auxílio da graça de Deus, que Se dispõe a ajudar aqueles que O procuram.
“Seria muita prepotência da nossa parte da nossa parte achar que a gente consegue ser santo sozinho”, acrescentou Pitter, apontando para a importância da experiência do encontro com Jesus. Não é fácil perseverar, reconheceu o missionário, mas é necessário para que um dia a vida eterna no céu seja alcançada.
Ao final da pregação, aconteceu o tradicional giro das camisetas, em que os peregrinos jogam camisas brancas para o alto em clima de celebração ao som do hino do acampamento e da consagrada canção O meu lugar é o céu. A Missa encerra a programação do Acampamento PHN 2025 e será celebrada pelo presidente da Comunidade Canção Nova, padre Wagner Ferreira, às 15h.

Peregrinos jogam camisas para o alto durante “giro das camisetas” / Foto: Bruno Marques