ROACO

Igrejas Orientais são testemunhas de luz, frisa Leão XIV

Papa destacou o testemunho dado por cristãos das Igrejas Orientais, convidado a conhecer mais sobre esses irmãos que são luz em meio aos conflitos

Da Redação, com Vatican News

Foto Ilustrativa: Canva Pro

“A paz esteja convosco!” Com essas palavras, o Papa Leão XIV abriu seu discurso aos participantes da Assembleia Plenária da Reunião das Obras para Ajuda às Igrejas Orientais (ROACO). Eles foram recebidos em audiência pelo Pontífice nesta quinta-feira, 26.

O Santo Padre agradeceu aos membros das agências da ROACO e seus benfeitores, pois semeiam esperança nas terras do Oriente cristão, agora mais do que nunca devastadas por guerras. “Vocês são o cilindro de oxigênio das Igrejas Orientais, esgotadas pelos conflitos. Para tantas populações, pobres de recursos, mas ricas de fé, vocês são uma luz que brilha na escuridão do ódio. Peço-vos, com o coração na mão, para fazer sempre todo o possível para ajudar essas Igrejas, tão preciosas e provadas.”

A marca dos conflitos no Oriente Médio

Leão XIV chamou a atenção para o fato de que a história das Igrejas Católicas Orientais foi, frequentemente, marcada pela violência sofrida. Atualmente, porém, a violência da guerra parece atingir os territórios do Oriente cristão com uma “veemência diabólica nunca vista antes”.

“O coração sangra ao pensar na Ucrânia, na situação trágica e desumana em Gaza e no Médio Oriente, devastado pela expansão da guerra.”. Ele lamentou que em tantos contextos haja a imposição da lei do mais forte, e isso é vergonhoso para a humanidade.

“Como se pode pensar em lançar as bases do amanhã sem coesão, sem uma visão de conjunto animada pelo bem comum? Como se pode continuar a trair os desejos de paz dos povos com a falsa propaganda do rearmamento, na vã ilusão de que a supremacia resolve os problemas em vez de alimentar o ódio e a vingança?”.

O papel dos cristãos

O Papa também abordou em seu discurso que as pessoas desconhecem cada vez mais a quantidade de dinheiro que vai para os bolsos dos mercadores da morte e com a qual hospitais e escolas poderiam ser construídos. Em vez disso, o que se vê é destruição.

“Como cristãos, além de nos indignarmos, levantarmos a voz e arregaçarmos as mangas para sermos construtores de paz e promovermos o diálogo, o que podemos fazer? Creio que, antes de tudo, devemos rezar verdadeiramente. Cabe a nós fazer de cada notícia e imagem trágica que nos atinge um grito de intercessão a Deus. E depois ajudar, como vocês fazem e como muitos fazem e podem fazer, por meio de vocês.”

Além disso, Leão XIV destacou o testemunho que os cristãos podem dar, permanecendo fiéis a Jesus. “É imitar Cristo, que venceu o mal amando da cruz, mostrando um modo de reinar diferente daquele de Herodes e Pilatos: um, por medo de ser deposto, matou crianças, que hoje continuam sendo dilaceradas por bombas; o outro lavou as mãos, como corremos o risco de fazer diariamente até o limiar do irreparável.”

Testemunhas de luz na noite dos conflitos

Ao se referir ao recente tentado à igreja de Santo Elias, em Damasco, na Síria, bem como às muitas “misérias causadas pelas guerras e pelo terrorismo”, Leão XIV observou que os membros da ROACO também testemunham o “florescer de rebentos do Evangelho no deserto”.

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“Tocai com as vossas próprias mãos a graça e a beleza das tradições orientais, das liturgias que permitem a Deus habitar no tempo e no espaço, dos cânticos seculares, impregnados de louvor, glória e mistério, que elevam um incessante pedido de perdão para a humanidade. Encontrais figuras que, muitas vezes escondidas, se juntam às grandes fileiras de mártires e santos do Oriente cristão. Na noite dos conflitos, sois testemunhas da luz do Oriente.

Conhecer as Igrejas Orientais

Leão XIV expressou ainda o desejo de que esta luz de sabedoria e salvação seja mais conhecida na Igreja Católica. Ele recordou o que disse São João Paulo II há 40 anos, sobre a necessidade da Igreja “reaprender a respirar com seus dois pulmões, o oriental e o ocidental”.

“O Oriente cristão só pode ser protegido se for amado; e só é amado se for conhecido”. Neste sentido, é necessário implementar os convites claros do Magistério para conhecer os seus tesouros. Uma indicação é a organização de cursos básicos sobre as Igrejas Orientais nos seminários, faculdades de teologia e centros universitários católicos.

“Confiemos este crescimento comum na fé à intercessão da Santíssima Mãe de Deus e dos Apóstolos Pedro e Paulo, que uniram o Oriente e o Ocidente. Abençoo-vos e encorajo-vos a perseverar na caridade, animados pela esperança de Cristo.”, concluiu.

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