Patriarca Bartolomeu I

1700 anos do Concílio de Nicéia: Leão XIV deseja ir à Turquia este ano

Após encontro com Leão XIV, Patriarca Bartolomeu I comentou sobre visita do Papa ao país: talvez a primeira viagem internacional de seu pontificado

Da redação, com Vatican News

Papa Leão XIV e Bartolomeu I /Foto: Vatican Media via REUTERS

O patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, foi recebido nesta segunda-feira, 19, em audiência no Palácio Apostólico pelo Papa Leão XIV. O encontro foi marcado por um primeiro diálogo reservado, troca de presentes, promessa de um compromisso comum pela paz e pelo meio ambiente, e desejo de se reencontrarem em Nicéia para os 1700 anos do Concílio.

Depois, à tarde, em Santa Maria Maior, Bartolomeu I prestou homenagem ao Papa Francisco, definido por ele como “querido irmão”, com quem compartilhou viagens e momentos importantes do ministério recíproco. No domingo, 18, o patriarca de Constantinopla participou da missa de início do pontificado do Papa Leão XIV na Praça São Pedro. 

A audiência no Vaticano

Um encontro “cordial”, como relata um comunicado do Patriarcado Ecumênico, durante o qual Bartolomeu “felicitou pessoalmente o novo Papa pela sua eleição e, na conversa, destacou, entre outras coisas, a importância de continuar a promover e aprofundar o diálogo teológico entre as duas Igrejas, ortodoxa e católica romana, bem como a sua cooperação em questões de interesse social, como o restabelecimento e a manutenção da paz no mundo, o apoio aos nossos semelhantes que sofrem e a proteção do ambiente natural”. Um tema, este, que Francisco se inspirou na Igreja Ortodoxa para o seu magistério marcado pela Laudato si’ e pela celebração do Dia Mundial do Criação.

Foi precisamente “à comunicação fraterna e à cooperação que teve com o falecido Papa Francisco” que Bartolomeu fez referência na conversa com Leão. Com o Papa Bergoglio, foram mais de dez encontros, sem esquecer a primeira viagem juntos à ilha de Lesbos, em abril de 2016, também na companhia do arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, Ieronymos.

Diálogo e cooperação

Por sua vez, o Papa Leão XIV expressou gratidão ao patriarca pela presença na cerimônia de domingo, que marcou o início de seu ministério petrino. Também destacou a importância de promover o diálogo e a cooperação entre os cristãos. O Pontífice, como já havia feito na primeira audiência com os representantes da imprensa mundial, “assegurou seu vivo desejo de visitar a Turquia, ainda este ano, em data a ser definida, para comemorar junto com o Patriarca o 1700º aniversário da convocação do primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia”.

No momento da troca de presentes, o Patriarca Bartolomeu ofereceu ao Papa Leão um ícone de Nossa Senhora Odigitria, pintada no Monte Athos, e seus livros. Leão XIV retribuiu com uma representação artística do Batismo.

Desejo da viagem a Nicéia

“Vi com grande satisfação que podemos continuar no mesmo caminho das nossas igrejas pelo cristianismo inteiro, pela paz no mundo”, comentou o próprio patriarca ecumênico aos microfones da Tv2000, fora da Basílica de Santa Maria Maior, depois de visitar o túmulo do Papa Francisco. O sucessor de Francisco, disse Bartolomeu, “me garantiu que quer vir à Turquia para o aniversário de Nicéia”, ou seja, os 1700 anos do Concílio. Desejo expresso muitas vezes por Francisco que, apesar da grave doença dos últimos tempos, nunca perdeu a esperança de poder realizar essa importante viagem.

Com o Papa Leão “não fixamos uma data concreta, mas certamente este ano”, disse o primaz ortodoxo, indicando como período possível o mês de novembro, quando se celebra a festa de Santo André. “Este é o nosso desejo (…). Será uma honra para nós receber Sua Santidade o Papa Leão, talvez em sua primeira viagem fora do Vaticano. Em Nicéia, mas também uma visita oficial à Igreja de Constantinopla, ao Patriarcado Ecumênico”.

Em oração pelo “querido amigo” Francisco

Recordando o “querido, respeitoso, amigo Papa Francisco, com quem colaboramos pelo bem da Igreja e da humanidade durante o seu pontificado”, Bartolomeu I explicou ter deixado rosas “em sua memória” e invocou “suas orações do céu por todos nós e por seu sucessor, com quem inauguramos uma colaboração, uma amizade e uma fraternidade no Senhor, a quem entregamos toda a nossa visão para o futuro da Igreja, toda a nossa esperança e todo o nosso afeto fraterno recíproco”.

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