ORAÇÃO E REFLEXÃO

Cardeal Damasceno comenta como cardeais se preparam para Conclave

Em meio às despedidas a Francisco, que morreu neste 21 de abril, a Igreja se preparará para a eleição de um novo Papa 

Gabriel Fontana
Da Redação

Em entrevista ao Sistema Canção Nova de Comunicação, o arcebispo emérito de Aparecida (SP), Cardeal Raymundo Damasceno, comentou quais são os passos para a eleição do próximo Papa no Conclave. Com a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira, 21, a Cátedra de Pedro encontra-se vazia. Em meio às despedidas a Francisco, Papa desde 2013, a Igreja se preparará para um Conclave e eleição de um novo Pontífice.

O Cardeal Damasceno participou, em 2013, do conclave que elegeu o Papa Francisco. Atualmente com 88 anos, ele não participará deste conclave – a idade limite para votar é de 80 anos. Ele explica que todo o Colégio Cardinalício é convocado para Roma a fim de participar das congregações gerais, que duram de três a quatro dias e precede a votação do novo Papa.

“Nessas congregações gerais”, detalha Damasceno, “os cardeais todos têm a palavra: é um a agenda aberta, que se pode falar de todos os temas de interesse da Igreja, sejam pastorais, sejam relativos à Cúria Romana, cada um colocando as suas preocupações, os desafios que está enfrentando, e sugerindo também caminhos para a Igreja nos próximos anos”.

Segundo o religioso, esse momento pode ajudar a iluminar os cardeais que estão participando das congregações e aqueles que vão participar do Conclave. “Alguns elementos podem ajudá-los diante de Deus a refletir, meditar e rezar para escolher o Papa que mais convém à Igreja neste momento e que Deus deseja”.

Votação muito séria e de grande responsabilidade

Damasceno apontou ainda que os cardeais não se encontram com frequência, especialmente por estarem espalhados por todo o mundo. “As congregações gerais permitem os cardeais conhecerem-se um pouco mais, escutarem um ao outro, e neste conjunto de expressões dos cardeais nestas congregações gerais, e vai surgindo um perfil evidentemente do Papa”, afirmou.

“Não se trata de escolher alguém por amizade ou por algum interesse”, frisou o cardeal. “Ali se trata de escolher alguém que possa servir à Igreja, ao mundo de hoje, dentro dos planos de Deus. Por isso é uma eleição, uma votação muito séria, de grande responsabilidade, feita na Capela Sistina, diante do Juízo Final pintado por Michelangelo, diante de um juramento com a mão no evangelho a cada escrutínio”.

O cardeal acrescentou ainda que a votação compromete os cardeais a pensar na Igreja e no mundo, rezando para que Deus os assista e o Espírito Santo os ilumine nesta decisão de tanta responsabilidade.

Terminadas as congregações, inicia-se o Conclave, que começa entre 15 e 20 dias após a morte do Papa, respeitado o luto oficial e a realização do funeral. Quanto à sua duração, “depende de cada momento, de cada circunstância, depende da reflexão dos cardeais, então não se pode dizer quantos dias vai durar”, sinaliza o cardeal.

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