Durante encontro com participantes de evento inter-religioso sobre educação dos jovens, Francisco destacou papel da família e desafios enfrentados nos dias atuais
Da Redação, com Vatican News
Nesta quarta-feira, 20, o Papa Francisco se reuniu com os participantes do XII Colóquio organizado pelo Dicastério para o Diálogo Inter-religioso e o “Centro para o Diálogo Inter-religioso e Intercultural” de Teerã. O encontro aconteceu antes da Audiência Geral, na sala adjacente à Sala Paulo VI.
O tema do evento foi “A educação dos jovens, especialmente na família: um desafio para cristãos e muçulmanos”. Neste contexto, o Pontífice sublinhou que o empenho conjunto para promover a paz dá credibilidade aos olhos do mundo e, em especial, das novas gerações.
Após celebrar a longa colaboração entre as duas instituições, que promove “uma cultura do diálogo”, o Santo Padre elogiou o tema do colóquio. Ele enfatizou que a família, “berço da vida, é o lugar primordial da educação”, onde “os primeiros passos são dados, onde se aprende a ouvir, a reconhecer os outros, a respeitá-los, a ajudá-los e a conviver com eles”.
Transmissão da fé pela família
Diante disso, Francisco destacou um ponto comum às tradições religiosas: o papel educativo desempenhado pelos idosos junto aos jovens. “Os avós, com sua sabedoria, garantem a educação religiosa de seus netos, funcionando como um elo essencial na relação familiar entre as gerações. Honrar os avós é algo muito importante”, afirmou.
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O Papa salientou ainda que a religiosidade, transmitida de maneira espontânea e testemunhada pela vida, deve ser considerada “de grande valor para o crescimento dos jovens”, e também apontou que essa é uma “desafio educativo comum” para cristãos e muçulmanos, especialmente em situações complexas.
Afetada pelo enfraquecimento “da fé e da prática religiosa em algumas sociedades”, a família enfrenta hoje muitos desafios, reconheceu o Pontífice. Assim, para cumprir bem sua missão educativa, é necessário o apoio de todos: do Estado, da escola, de sua comunidade religiosa e de outras instituições.
Promover o diálogo e o respeito
Na sequência, o Santo Padre indicou que uma das funções da família é educar para “habitar além dos limites da própria casa”. Nesse sentido, o diálogo entre crentes de diferentes religiões abre possibilidades para superar barreiras estruturais e promove o encontro dentro da grande família humana universal.
Contudo, para que o diálogo seja frutífero, sinalizou Francisco, ele deve ser “sincero, respeitoso, amigável e concreto”, de modo a “ser crível aos olhos da própria comunidade e também diante dos interlocutores e suas comunidades”. Afinal, “a Deus prestaremos contas de tudo o que pensamos, dizemos ou fazemos”.
Por fim, o Papa destacou que a educação dos jovens se realiza por meio da cooperação fraterna na busca por Deus. “Nesta busca, nunca devemos nos cansar de falar e agir em favor da dignidade e dos direitos de cada pessoa, de cada comunidade e de cada povo. Defender sempre os direitos da pessoa, da comunidade e do povo”, pontuou.
Ao reforçar que a liberdade de consciência e a liberdade religiosa são fundamentais, o Pontífice afirmou que, de fato, essa é a pedra angular do edifício dos direitos humanos. “A liberdade religiosa não se limita ao exercício do próprio culto, mas permite ser totalmente livre para decidir no campo da própria crença e prática religiosa”, concluiu.