Neste domingo, 8, Francisco celebrou a Santa Missa em Port-Moresby; no Angelus, o Pontífice pediu o dom da paz para todos os povos
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco iniciou seus compromissos neste domingo, 8, com a Santa Missa presidida no Estádio Sir John Guise, em Port-Moresby, em seu segundo dia de atividades em Papua-Nova Guiné, no âmbito de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional. Ponto alto desta visita, Francisco celebrou a Eucaristia – centro e ápice da vida cristã – para a pequena comunidade católica papuásia, uma Igreja jovem e sedenta da Palavra de Deus.
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Em sua homilia, o Santo Padre recordou trechos do texto do profeta Isaías 35 (“Tomai ânimo, não temais!” e “se abrirão os olhos do cego, os ouvidos do surdo ficarão a ouvir”) para afirmar que essa profecia se cumpre em Jesus.
Proximidade de Jesus
Na narração de São Marcos, foram sublinhados particularmente dois aspectos: o afastamento do surdo e a proximidade de Jesus. Francisco desenvolveu sua reflexão em torno desses dois elementos essenciais. No primeiro, evidenciando um dos tipos de afastamento experimentado pelo surdo, frisou que ele está longe de Deus e dos homens porque não tinha a possibilidade de se comunicar. É surdo e, portanto, não podia ouvir os outros, além disso, também não podia falar com os demais. Este homem foi separado do mundo e isolado, era prisioneiro da sua surdez.
“Há uma surdez interior e uma mudez do coração que dependem de tudo aquilo que nos encerra em nós mesmos e impede a relação com Deus e com os outros: egoísmo, indiferença, medo de arriscar e de comprometer-se, ressentimento, ódio, e a lista poderia continuar. Tudo isto nos afasta de Deus, dos irmãos, de nós mesmos e da alegria de viver.”
Deus é vencedor de todas as distâncias
O Santo Padre prosseguiu afirmando que diante dessa distância, Deus responde com a proximidade de Jesus (segundo elemento essencial). No seu Filho, observou, Ele quer mostrar, primeiramente, que é o Deus próximo, compassivo, solícito com a vida, vencedor de todas as distâncias.
Com a sua proximidade, Jesus cura a mudez e a surdez do homem. “Quando nos sentimos distantes, ou escolhemos manter-nos à distância – de Deus, dos irmãos, daqueles que são diferentes de nós – então fechamo-nos, encerramo-nos em nós mesmos e acabamos por girar apenas em torno do nosso eu, surdos à Palavra de Deus e ao grito do próximo e, por conseguinte, incapazes de falar com Deus e o próximo”.
Abrir-se a Deus, aos irmãos e ao Evangelho
Ao dirigir-se diretamente aos fiéis, o Pontífice pediu para se abrirem a Deus, aos irmãos e ao Evangelho: “Vós, irmãos e irmãs, que habitais esta terra tão distante, do Pacífico, talvez tenhais a imaginação de vos encontrar separados, separados dos Senhor, separados dos homens, e isso não é correto, não: vós estais unidos, unidos no Espírito Santo, unidos no Senhor. Cada um de vós: “abre-te!’. E isto é o mais importante: abrirmo-nos a Deus, abrirmo-nos aos irmãos, abrirmo-nos ao Evangelho e fazer dele a bússola da nossa vida.”
O Santo Padre concluiu convidando os católicos a se abrirem à alegria do Evangelho, ao encontro com Deus, ao amor dos irmãos. “Que nenhum de nós fique surdo e mudo diante deste convite”, exortou.
Angelus: pedido de paz
Ao término da Santa Missa, que teve a participação de aproximadamente 35 mil fiéis, Francisco conduziu a oração do Angelus, confiando à Virgem Maria o caminho da Igreja em Papua-Nova Guiné e nas Ilhas Salomão, fazendo, por fim, uma invocação ao dom da paz para todos os povos:
“A partir desta terra abençoada pelo Criador, gostaria de invocar juntamente convosco, por intercessão de Maria Santíssima, o dom da paz para todos os povos. Em particular, peço-o para esta grande região do mundo entre a Ásia, a Oceânia e o Oceano Pacífico. Paz! Paz para as Nações e também para a criação! Não ao rearmamento e à exploração da casa comum! Sim ao encontro entre povos e culturas, sim à harmonia do homem com as criaturas!”.
Por fim, o Pontífice ressaltou que este domingo se celebra a festa litúrgica da Natividade de Nossa Senhora, dirigindo seu pensamento para o Santuário de Lourdes, na França, infelizmente atingido por uma inundação.