“Este é um dia histórico na vida de nosso país”, comemoraram os bispos dos EUA sobre a decisão referente ao aborto
Da Redação, com Vatican News
A Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou, nesta sexta-feira, 24, uma decisão histórica de 1973 que garantia o direito das mulheres ao aborto. A decisão, que foi por seis juízes a favor e três contra, anula as decisões nos casos históricos de aborto Roe vs Wade, que garantiam “aborto sob demanda” em todo o país ao determinar que os governos estaduais não poderiam interferir em uma escolha individual da mulher.
“Este é um dia histórico na vida de nosso país”, diz um comunicado da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos. A declaração destaca que, há quase cinquenta anos, os Estados Unidos aplicaram uma lei injusta que permitiu a alguns decidirem se outros podem viver ou morrer.
O comunicado é assinado pelo presidente da Conferência, o arcebispo José Gomez, e pelo presidente do Comitê pró-vida, o arcebispo William Lori, e observa que a sentença marcou uma negação “grave” da verdade de que todos os homens e mulheres são criados iguais, com direitos concedidos por Deus à vida, à liberdade e à busca da felicidade”.
Pontifícia Academia para a Vida
A Pontifícia Academia para a Vida se uniu à declaração dos Bispos dos Estados Unidos sobre a decisão da Suprema Corte.
“É tempo de curar feridas e reparar divisões sociais; é um momento de reflexão fundamentada e diálogo civil, e de nos unirmos para construir uma sociedade e uma economia que apoiem casamentos e famílias, e onde cada mulher tenha o apoio e os recursos de que precisa para trazer seu filho a este mundo com amor”.
A Academia destaca que o parecer do Tribunal mostra como a questão do aborto continua a suscitar acalorados debates. “O fato de um grande país com uma longa tradição democrática ter mudado de posição nesta questão também desafia o mundo inteiro. Não é certo que o problema seja posto de lado sem uma consideração geral adequada. A proteção e defesa da vida humana não é uma questão que pode ficar confinada ao exercício dos direitos individuais, mas sim uma questão de amplo significado social”.
O presidente da Pontifícia Academia, Dom Vincenzo Paglia, disse: “Diante da sociedade ocidental que está perdendo a paixão pela vida, este ato é um forte convite para refletirmos juntos sobre o grave e urgente problema da generatividade humana e as condições que a tornam possível; ao escolher a vida, nossa responsabilidade pelo futuro da humanidade está em jogo.”