Solidariedade

Nota pede atenção às pessoas com deficiência na pandemia

Nova nota da Pontifícia Academia para a Vida aborda riqueza de experiências com pessoas com deficiência e seus cuidadores durante a pandemia

Da redação, com Pontifícia Academia para a Vida

Pessoas com Deficiência

Nota pede atenção às pessoas com deficiência na pandemia./Imagem de Sabine GENET por Pixabay

A nova nota da Pontifícia Academia para a Vida intitula-se “Amizade com as pessoas com deficiência: o início de um novo mundo. Aprendendo com as experiências de pessoas com deficiência e seus cuidadores durante a pandemia de covid-19.”

O documento segue as notas de 30 de março de 2020 (Pandemia Global e Fraternidade Universal), de 22 de julho de 2020 (Comunidade Humana na Idade da Pandemia), de 9 de fevereiro de 2021 (Velhice: Nosso Futuro), e foi elaborado em colaboração com a Comissão Covid-19 do Vaticano. 

Este documento destaca que “as pessoas com deficiência e seus cuidadores precisam e merecem atenção e apoio especial porque a pandemia afetou desproporcionalmente suas vidas de forma negativa”. Também destaca a necessidade de envolver e apoiar as pessoas com deficiência tanto quanto possível para fazer planos de cuidados antecipados e decisões de saúde em todos os momentos, inclusive durante pandemias.

O documento

O documento sublinha três preocupações éticas fundamentais: 

A primeira: “Devemos promover adaptações às necessidades específicas das pessoas com deficiência para beneficiarem de políticas e intervenções de saúde pública. Devemos envolver essas pessoas tanto quanto possível no planejamento e na tomada de decisões sobre seus cuidados de saúde durante uma pandemia”.

Em seguida, na saúde pública, como em todos os cuidados de saúde, destaca que deve-se ir além da deficiência apenas em termos biológicos. 

“Devemos apoiar as pessoas com deficiência e suas famílias de maneira coordenada e integrada em todas as especialidades médicas e outras, e em vários setores do governo e da sociedade”.

Em terceiro lugar, há a preocupação de desenvolver quadros de saúde pública baseados na solidariedade e na opção preferencial pelos pobres e vulneráveis ​​local e globalmente.

Ouvir as pessoas com deficiência

É necessário ouvir as pessoas com deficiência e, neste sentido, a nota propõe que seja promovida e valorizada uma verdadeira “Autoridade Docente da deficiência”. 

“As lições que as pessoas com deficiência podem nos ensinar, especialmente durante esta pandemia, são provocadoras. Eles nos desafiam a adotar uma nova perspectiva sobre o significado da vida. Eles nos convidam a aceitar a interdependência, a responsabilidade mútua e o cuidado mútuo como estilo de vida e como forma de promover o bem comum”. 

O ensinamento constante da Igreja dirige-se ao Cristo sofredor, mestre da humanidade: “O Sofredor e Crucificado continua a viver em solidariedade com eles (as pessoas com deficiência) durante esta pandemia e depois. Eles estão no coração de Deus e são centrais para o ministério de todo o povo de Deus. A Igreja, portanto, tem a missão de acompanhar, cuidar e advogar pelas e com as pessoas com deficiência”.

O documento enumera sete recomendações práticas. Por exemplo, as organizações católicas de saúde são convidadas a mostrar liderança na resposta às necessidades das pessoas com deficiência e das suas famílias durante e após esta pandemia. Além disso, à medida que o mundo distribui vacinas, recomendamos priorizar (…) também aquelas, como pessoas com deficiência, sobre as quais as medidas genéricas de saúde pública impõem encargos desproporcionais (por exemplo, a perda de serviços de apoio essenciais).

Na conclusão, a nota lembra que a Palavra de Deus exorta a construir um mundo sem fronteiras, sem preconceito contra as pessoas com deficiência, onde ninguém fica sozinho para enfrentar os desafios da sobrevivência pessoal. 

Os cristãos “são chamados a contribuir para a construção desse mundo. Infelizmente, no pensamento cristão, a deficiência às vezes foi identificada como uma consequência do pecado original”. 

O Evangelho ensina que “no final da nossa vida e da história humana, seremos julgados pelo nosso amor ao próximo, especialmente aos pobres, aos mais vulneráveis ​​e aos menos considerados na família humana. Entre esses, em nossos dias, estão as pessoas com deficiência. Vamos resolver e tomar medidas durante e após esta pandemia para garantir que, após a lama da devastação desta pandemia ter sido removida, construiremos um mundo melhor – um mundo no qual as pessoas com deficiência sejam sempre valorizadas, ajudadas e amadas”.

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