Apesar do fim do mês dedicado à bíblia, padre afirma: “Não é porque dedicamos este mês especificamente para a bíblia que nos outros devemos relaxar”
Julia Beck
Da redação, com colaboração de Leandro Adamatti e Tomás Guarese
Nesta quarta-feira, 30, dia de São Jerônimo – santo responsável por traduzir os 73 livros da bíblia escritos em hebraico e grego para o latim, a Igreja no Brasil encerra o mês da bíblia.
Apesar da data marcar o fim destes dias dedicados à Palavra de Deus, o vigário geral da Diocese de Caxias do Sul e pároco da Paróquia São Pelegrino de Caxias do Sul, padre Leonardo Pereira alerta: “Não é porque dedicamos este mês especificamente para a bíblia que nos outros devemos relaxar”.
O sacerdote conta que o que ocorre em setembro é uma intensificação, um aprofundamento nos escritos do Livro Sagrado, seja por meio da leitura, do estudo ou até mesmo da oração com a Palavra de Deus.
Por que o mês de setembro?
Padre Leonardo revela que neste ano a Igreja contabiliza aproximadamente 50 anos de dedicação do mês de setembro para a bíblia. Esta iniciativa acontece desde 1971, depois que a Arquidiocese de Belo Horizonte passou a trabalhar a Palavra de Deus em suas comunidades, aprofundando temas e livros específicos.
“A Igreja, desde então, começou a assumir essa dinâmica para todo o Brasil”, relata o sacerdote. Sobre a popularização das Sagradas Escrituras, padre Leonardo atribui a São Jerônimo. De acordo com o vigário geral da Diocese de Caxias do Sul, a tradução da Palavra de Deus foi um pedido do Papa Dâmaso.
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São Jerônimo foi secretário do Papa Dâmaso. “Esse Papa o pediu que fizesse um trabalho exaustivo, rigoroso de tradução dos sinais hebraicos, dos originais hebraicos, do antigo testamento – 46 livros, e também dos originais gregos – são 27 com o antigo testamento”.
O sacerdote afirma que o santo, após um longo período de estudos precisou ir para Jerusalém, para a Terra Santa, para aprofundar o hebraico. “Ele possibilitou maior acesso à Palavra de Deus”, destacou Padre Leonardo sobre São Jerônimo.
Aproveitando que o santo era celebrado em setembro, então a Igreja aproveitou para dedicar o mês todo à bíblia.
A Bíblia
A bíblia, como recorda padre Leonardo, é o livro mais vendido no mundo e contém, no seu conjunto, em torno de mais de mil anos de escrita. “Temos uma lacuna entre os acontecimentos e o escrito o que evidencia a transmissão de tradições”, complementa. Por fim, o sacerdote exorta: “A bíblia precisa ser estudada, conhecida e amada”.