Documento é do Conselho Mundial de Igrejas junto com o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso
Da redação, com Boletim da Santa Sé
“Servindo a um mundo ferido em solidariedade inter-religiosa”, arte elaborada pela Irmã Judith Zoebelein, do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso
O Conselho Mundial de Igrejas (WCC, na sigla em inglês) e o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso (PCID) divulgaram um documento conjunto, intitulado “Servindo a um mundo ferido em solidariedade inter-religiosa: um apelo cristão à reflexão e ação durante a Covid-19”, no qual encoraja as igrejas e organizações cristãs a refletirem acerca da importância da solidariedade inter-religiosa no mundo durante esta pandemia.
O documento, segundo informa um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, nesta quinta-feira, 27, oferece uma base cristã para a solidariedade inter-religiosa que pode inspirar e confirmar o impulso de servir a um mundo ferido não só pela pandemia, mas também por muitas outras causas.
A publicação também é destinada a praticantes de outras religiões, que já lançaram mão de ações contra a pandemia com pensamentos similares baseados em suas próprias tradições.
O documento reconhece o contexto atual da pandemia como um momento de descoberta de novas formas de solidariedade para repensar o mundo pós-Covid-19. Composto por cinco seções, o documento reflete acerca da natureza de uma solidariedade sustentada pela esperança e oferece uma base cristã para a solidariedade inter-religiosa, alguns princípios-chave e um conjunto de recomendações sobre como a reflexão da solidariedade pode ser traduzida em ações concretas e críveis.
Cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot/ Foto: Tony Gentile – Reuters
O Cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot, Presidente do PCID, refletiu sobre como o serviço cristão e a solidariedade em um mundo ferido fazem parte da agenda do PCID/CMI desde o ano passado. A pandemia causada pela Covid-19 pressionou o projeto para ação como “uma resposta ecumênica e inter-religiosa oportuna”, acrescentando que “a pandemia expôs a ferida e a fragilidade de nosso mundo, revelando que nossas respostas devem ser oferecidas em uma solidariedade inclusiva, aberta aos seguidores de outras tradições religiosas e pessoas de boa vontade, dada a preocupação por toda a família humana”.
O secretário-geral interino do CMI, Rev. Prof. Dr. Ioan Sauca, refletiu que
O secretário-geral interino do CMI, Rev. Prof. Dr. Ioan Sauca / Foto: Reprodução Youtube
o diálogo inter-religioso é vital para curar e cuidar uns dos outros em um nível global. “Diante da pandemia de Covid-19, a família humana está enfrentando juntos um chamado sem precedentes para proteger uns aos outros e curar nossas comunidades”, disse Sauca. “O diálogo inter-religioso não ajuda apenas a esclarecer os princípios de nossa própria fé e de nossa identidade como cristãos, mas também abre nossa compreensão dos desafios — e soluções criativas — que outros podem ter”, reiterou.
O documento é o último a ser co-produzido pelo CMI e pelo Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso após a publicação, em maio de 2019, do documento intitulado “Educação para a Paz em um Mundo Multirreligioso: Uma Perspectiva Cristã”.
Notícias Relacionadas
Vaticano divulga novos membros do dicastério para o diálogo inter-religioso
Reabertura de Santa Sofia ao culto islâmico será causa de discórdia, alerta patriarca
Líder budista doa valor a Fundo de Emergência Covid-19 criado pelo Papa
Comissão para as Relações com Muçulmanos tem novos consultores
Papa à delegação luterana: cristãos são mensageiros de humanidade
