25 de novembro

Solenidade de Cristo Rei: Entenda a festa que encerra o Ano Litúrgico

Ao celebrar Cristo Rei, fiéis também são chamados a fazer uma revisão de vida ao fim do Ano Litúrgico

Kelen Galvan
Da redação

Ícone Cristo Rei do Universo

A Solenidade de Cristo Rei, celebrada neste domingo, 25, marca o fim do Ano Litúrgico da Igreja Católica, na 34ª semana do Tempo Comum. Instituída em 1925, pelo Papa Pio XI, esta solenidade coloca os cristãos frente à realeza do rei Jesus. 

“Ele [Jesus] é a antítese da realeza da riqueza e do poder. Não é por acaso que os evangelhos da liturgia de hoje, nos ciclos litúrgicos A, B, e C da Igreja, sempre nos colocam no contexto da Paixão de Jesus para contemplar Sua realeza. (…) A realeza de Jesus é a realeza do Amor Ágape de Deus por toda a humanidade e por toda a criação. Essa festa é a ocasião propícia para podermos reconhecer, mais uma vez, que na cruz de Jesus o ‘poder dominador’, o ‘poder opressor’, criador de desigualdades e exclusões, espalhador de sofrimento por todos os lados, está definitivamente derrotado”, explica o especialista em Teologia Pastoral Bíblica-Litúrgica, padre Anderson Marçal.

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Padre Anderson Marçal, especialista em Teologia Pastoral Bíblica-Litúrgica / Foto: Arquivo Pessoal

O sacerdote destaca que o término do Ano Litúrgico é uma boa oportunidade de fazer uma revisão de vida, diante do que foram as propostas feitas por Jesus ao longo do ano.

“Durante todo o ano, na liturgia da Palavra, Jesus vai se apresentando a cada um de nós, vai se mostrando, mostrando seu Reino e para quê Ele veio. E [este] é o momento de nós fazermos uma boa revisão de vida, frente àquilo que a liturgia nos mostra, nos preparando para o encontro definitivo com Deus. Este encontro acontece a cada ano no Advento, em preparação ao Natal, mas chegará o tempo em que nos encontraremos definitivamente com Deus”, motiva.

Padre Anderson afirma que enquanto as pessoas são peregrinas nesta terra, elas vivem sobre a proteção da Misericórdia de Deus, mas ao morrer, na eternidade, todas contemplarão o mistério de Deus. “Esse mistério nós não conhecemos. Por isso, é sempre bom fazer uma revisão de vida, a partir do término do Ano Litúrgico e do Ano que se inicia no Advento, nos preparando para este fim”, explica.

Data é um marco para a Canção Nova

Padre Anderson, também membro da Comunidade Canção Nova, relembra que foi justamente na Festa de Cristo Rei, de 1977, que monsenhor Jonas Abib fez um convite aos jovens, perguntando quem gostaria de deixar tudo e viver em comunidade. E a partir deste apelo, 12 jovens aceitaram o desafio e a Canção Nova nasceu, já há 41 anos.

“Esta festa tem essa marca. Nós temos como carisma levar a experiência do encontro pessoal com Jesus na eficácia do Espírito Santo. E esse Jesus Cristo que quer nos encontrar é Jesus Cristo Rei do Universo. Nós antes de tudo precisamos assumir o senhorio de Jesus. E este Jesus que se apresenta a cada um de nós, nos quer por inteiro, quer reinar na nossa vida”, destaca o sacerdote.

Para ele, o chamado que deu início à Comunidade Canção Nova, ter sido feito na festa de Cristo Rei tem essa particularidade, para levar à toda a humanidade essa mesma experiência de “encontrar um Jesus vivo através da nossa vivência”.

“Diante de tantos outros reis que querem se levantar, possamos escolher o único Rei do Universo: Jesus Cristo. Que realmente Jesus seja o rei do Universo e principalmente o Rei do Universo do nosso coração!”, enfatiza.  

Curiosidade

A cada primeiro domingo do Advento começa um novo Ano Litúrgico, que são divididos em três ciclos, chamados de anos A, B e C, para manifestar a história da Salvação.

“A Sagrada Escritura traz a escrita sagrada, mas também traz a história da Salvação, que tem uma cadência própria, como se estivéssemos caminhando ao ritmo da Santíssima Trindade. Por isso que no ano A, a manifestação é do Pai; no ano B, a manifestação é do Filho; e no ano C, a manifestação é do Espírito Santo. Cada ano tem sua particularidade”, diz o especialista.

Padre Anderson explica que essa divisão em três para nos levar a experimentar durante todos os três anos a experiência da graça de Deus, que nos chama a uma preparação para o encontro com Ele, este encontro nos dá um apelo à penitência e essa penitência nos leva à perceber a manifestação deste Deus.

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