Desde 1º de abril, 92 pessoas morreram e 1519 ficaram feridas em protestos na Venezuela. Os números são da Procuradoria-Geral da República
Rádio ONU
O alto comissário para direitos humanos das Nações Unidas emitiu um comunicado pedindo à Venezuela que abdique da violência e do assédio a integrantes da oposição ao governo do presidente Nicolás Maduro.
No texto, divulgado nesta sexta-feira, 14, o Escritório de Zeid Al Hussein afirmou que está “profundamente preocupado” com a situação política.
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Constituição
O comunicado cita ainda a consulta popular que deve ocorrer no domingo, e que está sendo organizada pela Assembleia Nacional venezuelana, liderada pela oposição. Na consulta, que conta ainda com apoio de outros grupos, indaga-se os planos do presidente Maduro de reescrever a constituição do país.
A nota apela ao governo e às autoridades que respeitem a vontade das pessoas que querem participar da consulta garantindo ainda os direitos à liberdade de expressão, associação e de reunião pacífica.
Desde 1º de abril, 92 pessoas morreram e 1519 ficaram feridas em protestos. Os números são da Procuradoria-Geral da República.
A ONU afirmou que o governo deve tomar medidas para garantir que a Guarda Nacional Bolivariana e a Polícia não usem de força excessiva contra os manifestantes.
Tribunal militares
O Escritório de Direitos Humanos também recebeu vários relatos de que integrantes das forças de segurança da Venezuela estariam intimidando e instalando medo para esvaziar os protestos.
Mais de 450 pessoas foram levadas a tribunais militares por causa de suas opiniões contra o governo e milhares de manifestantes foram presos de forma arbitrária.
O Escritório de direitos humanos da ONU diz que qualquer um acusado deve ser levado a tribunais civis e responder de acordo com o processo legal.
A nota foi encerrada com um apelo à Venezuela para acabar com a violência e o assédio a opositores.