Outras 7 pessoas foram presas e Temer ordenou atuação militar
Ansa
Os protestos em Brasília terminaram nesta quarta-feira, 24, com ao menos 49 pessoas feridas, sete presas, dois ministérios queimados e dezenas de locais depredados.
A manifestação, uma das maiores e mais violentas ocorridas até agora contra o governo do presidente Michel Temer, reuniu um público de 35 a 45 mil pessoas, segundo estimativas da Polícia Militar.
O ato começou pacífico pela manhã, mas foi encerrado com confronto e com a convocação das Forças Armadas, após Temer alegar a necessidade de “garantir a lei e a ordem”, o que gerou ira do público e de defendores de direitos humanos.
Em um decreto, Temer estabeleceu a presença do Exército em Brasília até 31 de maio. As Forças Armadas deverão manter 1,5 mil militares nas ruas da capital. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello disse ter ficado “um pouco preocupado com o contexto”.
Os manifestantes lançaram garrafas, rojões e objetos contra os policiais. Banheiros químicos foram queimados e uma faixa de “Fora, Temer” foi colocada na Esplanada dos Ministérios. Vários ministérios foram depredados, com vidros e computadores quebrados, funcionários evacuados e equipamentos jogados fora. Houve registro de incêndio nos ministérios da Agricultura, Planejamento e Cultura, mas o fogo não deixou feridos.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou que as sete pessoas detidas foram acusadas de dano ao patrimônio público, desacato e porte ilegal de arma. Os manifestantes pediam a renúncia de Temer e criticavam as reformas trabalhista e previdenciária.
O peemedebista, que assumiu a Presidência há um ano, após o impeachment da petista Dilma Rousseff, é alvo de um inquérito em um desdobramento da Operação Lava Jato.