Padre Samir Yousif

Padre apresenta drama dos refugiados iraquianos ao Papa

O sacerdote mostrou a Francisco dois álbuns de fotografias que documentam “a catástrofe apocalíptica” no Curdistão iraquiano

Da redação, com Rádio Vaticano

O Papa Francisco encontrou-se nesta quarta-feira, 26, no final da tradicional catequese no Vaticano, com o padre Samir Yousif que viajou à Roma para testemunhar a situação difícil em que vivem os refugiados do Curdistão iraquiano.

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Os dois álbuns de fotografias documentam “a catástrofe apocalíptica” que passa o Curdistão / Foto: L’Osservatore Romano

De acordo com o jornal “L’Osservatore Romano”, o sacerdote mostrou a Francisco dois álbuns de fotografias que documentam “a catástrofe apocalíptica” em que vivem milhares de fiéis da Igreja caldeia no Iraque, de matriz católica, devido “à ira do Estado Islâmico”.

“Presenciei cenas de dor e desespero inimagináveis, pessoas mortas devido às privações no meio da rua”, relatou padre Samir Yousif, que é atualmente pároco de cinco aldeias em Amadiyak, nas montanhas próximas da fronteira com a Turquia. Uma região a que “chegam continuamente milhares e milhares de pessoas em fuga sem nada, que fogem sem ter podido pegar sequer uma roupa nem um documento, para escapar da morte certa”.

Na sua conversa com o Papa, o padre Samir Yousif relatou os esforços para acolher estas pessoas mais carenciadas, dando-lhes de comer, um teto e garantindo inclusive remédios, pelo menos para as primeiras necessidades.

O sacerdote aproveitou a ocasião para agradecer a Francisco as intervenções que dirigiu à comunidade internacional, relacionadas com esta questão dos refugiados.

“A sua voz é muito ouvida em todo o mundo árabe. Quando Francisco fala da tragédia dos refugiados, os meios de comunicação dão-lhe amplo espaço e isto ajuda-nos a encontrar finalmente solidariedade, a não cair no esquecimento”, referiu.

Antigo pároco de Mossul, no Iraque, o sacerdote continua a acreditar num “futuro de paz, reconciliação e justiça” e na sobrevivência da comunidade católica naquele país.

“A loucura do Estado Islâmico é apenas uma violência cega que não prevalecerá”, frisou o sacerdote católico, que externou a esperança de que o Papa possa brevemente visitar a diocese onde trabalha, em Amadiyak. “Para nos confirmar na fé e encorajar a não temer”, salientou.

Atualmente, o sacerdote tem a seu cuidado cerca de cinco mil pessoas, entre elas cristãos de todas as denominações e muçulmanos.

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