Ao refletir sobre a vida e morte de João Batista, Papa recordou mártires do passado e de hoje, pessoas que são massacradas por sua crença em Jesus
Da Redação, com Rádio Vaticano
O martírio dos cristãos não é algo do passado; tantos deles ainda hoje são vítimas “de gente que odeia Jesus”. Essa foi a constatação do Papa Francisco na homilia desta sexta-feira, 6, na Casa Santa Marta, ao fazer uma reflexão sobre a vida e morte de João Batista.
João Batista nunca traiu sua vocação, enfatizou o Santo Padre tendo em vista as reflexões propostas pelo Evangelho do dia, que conta o trágico fim de João. Ele estava consciente de que o seu dever era somente anunciar a vinda do Messias e terminou sua vida como o Senhor, com o martírio.
É sobretudo quando termina no cárcere por mãos de Herodes que o “maior homem nascido de uma mulher” se torna, observa Francisco, pequeno. Primeiro, houve a provação do “escuro da alma”, quando duvidou que Jesus fosse aquele para quem preparou o caminho. Depois chegou o momento do fim.
“No fim, depois desta purificação, depois deste calar contínuo na aniquilação, fazendo caminho para a aniquilação de Jesus, termina sua vida (…) E assim João termina sua vida sob autoridade de um rei medíocre, bêbado e corrupto, pelo capricho de uma bailarina e pelo ódio vingativo de uma adúltera. Assim termina o Grande, o maior homem nascido de uma mulher”.
Cristãos odiados também hoje
Ao ler este trecho do Evangelho, Francisco contou que se comove e pensa sempre em duas coisas. Primeiro, nos mártires do passado e dos dias de hoje, pessoas que são perseguidas, odiadas, expulsas de suas casas, torturadas e massacradas.
“E isso não é algo do passado: hoje acontece isso. Os nossos mártires, que terminam suas vidas sob autoridade corrupta de gente que odeia Jesus Cristo”, disse o Papa citando como exemplo São Paolo Miki que, junto com outros companheiros mártires, é celebrado pela Igreja hoje.
O segundo pensamento do Papa é sobre este gesto de João Batista de se “diminuir” continuamente até o nada. Isso faz o Pontífice pensar que os cristãos estão neste caminho rumo à terra, onde todos terminarão.
“Também eu terminarei. Todos nós terminaremos. Ninguém tem a vida ‘comprada’. Também nós, querendo ou não, seguimos pelo caminho da aniquilação existencial da vida, e isto ao menos pra mim, faz rezar para que esta aniquilação se assemelhe o máximo possível a Jesus Cristo, à sua aniquilação”.