Os noivos precisam de um boa preparação para o casamento. Para o Papa Bento XVI, o trabalho da pastoral pré-matrimonial ajuda a alcançar uma real compreensão deste sacramento.
“Há de se colocar o máximo cuidado na formação dos noivos e na prévia verificação das suas convicções no que diz respeito aos irrenunciáveis compromissos quanto à validade do sacramento. Um sério discernimento a este respeito poderá evitar que impulsos emotivos ou razões superficiais levem os dois jovens a assumir responsabilidades que não serão capazes de respeitar”, disse Bento XVI no encontro com os membros do Tribunal da Rota Romana, em janeiro deste ano.
Para o casal João Bosco Lugnani e Aparecida Eunides Lugnani, do Instituto Nacional da Família e da Pastoral Familiar (INAPAF), o primeiro e maior desafio na preparação para o Matrimônio é a educação para os relacionamentos fundados em valores cristãos, relacionamentos com Deus, consigo mesmo e com o próximo.
“Ninguém pode dizer estou pronto, mas é indispensável estar a caminho e construindo valores. Ponto mais específico: é preciso saber exatamente o que é o Sacramento do Matrimônio; conhecê-lo como Boa Nova de Deus, para o bem do casal, da família e da sociedade e acolhê-lo por inteiro”, salientam.
Para Bosco e Eunides é necessário que o casal planeje o casamento focando a construção de relacionamentos de qualidade e estáveis, sem ignorar a importância das condições de vida autônoma (autonomia familiar e econômica). “Para isto é importante o tempo de namoro e noivado, e o diálogo do casal, pois só eles podem definir o tempo certo”, aconselha o casal.
Formação contínua do casal
A educação continuada é uma exigência para o êxito em qualquer área da atuação humana, dizem os entrevistados. Para o Matrimônio planejado por Deus, indissolúvel e de qualidade, para Bosco e Eunides, a formação tem que receber atenção ainda maior, tendo em vista que o casamento é o primeiro apostolado para os vocacionados ao Matrimônio.
“A educação da afetividade hoje está muito fragilizada e dela dependem todos os relacionamentos. Ela é feita, primeiro através do exemplo e testemunho de vida cristã. Para isto é indispensável a proximidade com Deus e o respeito à dignidade incondicional própria e do outro”, destacam.
Para os entrevistados, o relacionamento conjugal é, entre todos os relacionamentos humanos, o de maior intimidade e sem a educação da afetividade, sem a conversão para formação da vivência de valores cristãos, o casamento dificilmente se sustenta e tem qualidade de relacionamento, e desta relação do casal depende a educação das novas gerações, finaliza Bosco.
João Bosco e Eunides Lugnanique estarão neste fim de semana no 2º Congresso Nacional de Planejamento Familiar, em Brasília, e abordarão o tema “educação para o amor”.
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