A eleição de um novo Papa, após a renúncia de Bento XVI anunciada nesta segunda-feira, 11, vai levar os cardeais de todo o mundo à Capela Sistina, espaço que acolhe os conclaves, sem interrupções, desde 1492.
João Paulo II (1920-2005) fez referência particular ao ‘Juízo Final’, pintado por Miguel Ângelo na parede do altar, na Constituição Apostólica ‘Universi Dominici Gregis’, sobre a eleição do Papa, quando escreveu: “Disponho que a eleição continue a desenrolar-se na Capela Sistina, onde tudo concorre para avivar a consciência da presença de Deus, diante do qual deverá cada um apresentar-se um dia para ser julgado”.
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Desde as primeiras assembleias cristãs romanas aos cardeais, em 1179, a eleição de um novo Papa aconteceu quase sempre em Roma e, desde 1492, na Capela Sistina.
A Capela Sistina deve o seu nome a Sisto IV, Papa entre 1471 e 1484, que promoveu as obras de restauro da antiga Capela Magna a partir de 1477.
A Sistina começou por ter elementos do século XV, como as histórias de Moisés e de Cristo, além dos retratos dos Papas, trabalho que foi executado por uma equipe de pintores originalmente formada por Pietro Perugino, Sandro Botticelli, Domenico Ghirlandaio e Cosimo Rosselli.
A decoração do espaço de 1100 metros quadrados foi confiada em 1508, a Miguel Ângelo, por Júlio II, Papa entre 1503 e 1513.
Júlio II, sobrinho do Papa Sisto, decidiu modificar parcialmente a decoração do espaço, entregando a tarefa a Miguel Ângelo, que pintou a abóbada e a parte alta das paredes com cerca de 300 figuras: nos nove quadros centrais estão representadas histórias do Gênesis, primeiro livro da Bíblia, desde a criação ao dilúvio.
De dimensões iguais ao templo do rei Salomão, em Jerusalém – 40,5 metros de comprimento, 13,2 de largura e 20,7 de altura -, a capela que abrigou os conclaves dos últimos séculos ficou assim conhecida pelas suas pinturas de temática bíblica.