O ensinamento da Igreja sobre a família e sobre o matrimônio esteve ao centro do discurso do Papa Bento XVI ao grupo de bispos americanos, reunidos na manhã desta sexta-feira, 09, no Vaticano, que estão em visita Ad Limina. Bento XVI denuncia a tentativa de alterar a definição legal de matrimônio.
O Papa pede o desenvolvimento de uma pastoral clara e normas de liturgia para uma digna celebração do matrimônio que – acrescenta – "comporta um testemunho não ambiguo das objetivas exigências da moral cristã". Bento XVI fala ainda de "carências nas catequeses dos anos recentes" na comunicação da doutrina da Igreja Católica, que em relação Sacramento do matrimônio e à castidade, é clara.
O Santo Padre em seu discurso reforça que "o Sacramento do matrimônio é indissolúvel" e que "as diferenças sexuais na definição do matrimônio não podem ser consideradas irrelevantes". Ele também fala da riqueza da visão cristã da sexualidade humana e da castidade, da específica comunhão entre as pessoas, essencialmente enraizada na complementariedade dos sexos e orientada para procriação.
O Pontífice recordou que tal doutrina é expressa pelo magistério depois do Concílio e apresentada no Catecismo da Igreja Católica e no Compêndio da Doutrina Social da Igreja, e afirma: "Existe a necessidade que tais ensinamentos sejam recolocados no seu justo lugar na oração e nas indicações catequéticas".
Bento XVI fala de "crise do matrimônio e da família", da crescente prática da convivência antes do matrimônio que, segundo ele, "é vivida geralmente por parte de casais que não são conscientes do fato que se trata de uma situação gravemente pecaminosa". A este propósito o Papa recorda os tantos problemas da sociedade atual que não tutela a família o suficiente. Ele denuncia as correntes culturais que procuram alterar a definição legal do matrimônio.
Ao final, o Santo Padre dispensou palavras de apreço pelo empenho dos bispos americanos em suas dioceses através das paróquias, das escolas, dos organismos humanitários e pediu para que existam pessoas que estejam ao lado daqueles que estão em situações matrimoniais dificeis, em particular divorciados e separados, pais solteiros, mães jovens e mulheres que levam em consideração o aborto, assim como, menores que sofram as consequências da ruptura da família.