Assim como os apóstolos não compreendiam aquilo que aconteceria com Jesus em Jerusalém (Mc 9:32), “nós também, diante da morte, não podemos não provar os sentimentos e os pensamentos ditados em nossa condição humana”, salientou o Papa em sua homilia na Celebração Eucarística, nesta quinta-feira, 3, em memória aos Cardeais e Bispos falecidos no decorrer no ano passado.
Está além da compreensão humana, disse o Santo Padre, este Deus que está tão próximo, que não parar mesmo diante do abismo da morte.
“Cristo assumo até o fim a nossa carne mortal, para que essa seja investida da gloriosa potência de Deus, do vento do Espírito Santo vivificante, que a transforma e a regenera”, salientou na Missa celebrada no Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro.
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A morte de Cristo é a fonte de vida, explica o Papa, porque nela, Deus revela todo seu amor, como numa imensa cascata.
“O abismo da morte é rompido por um outro abismo, ainda maior, que é aquele do amor de deus, assim que a morte não tem mais nenhum poder sob Jesus Cristo (cfr Rm 8,9), nem sobre aquele que, pela fé e pelo batismo, estão associados a Ele: 'Se já morremos com Cristo – disse São Paulo – cremos que também com ele viveremos'(Rm 8,8)”, destacou o Papa.
O Pontífice salientou ainda que a intervenção de Deus no drama da história humana não obedece a nenhum ciclo natural, mas somente a sua graça e a sua fidelidade.
“A vida nova e eterna é fruto da árvore da Cruz, uma árvore que refloresce e frutifica pela luz e pela força que provém do sol de Deus”, disse o Santo Padre.
Sem a Cruz de Cristo, esclarece ainda o Papa, toda energia da natureza permanece impotente diante da força negativa do pecado. “Era necessário uma força benéfica maior que aquela que impulsiona o ciclo da natureza, um Bem maior que aquele mesmo da criação: Um Amor que provém do próprio 'coração' de Deus e que, enquanto revela o sentido final do criado, o renova e o orienta para sua meta original e final”.
“Graças a Cristo, graças a obra realizada Nela pela Santíssima Trindade, as imagens retratadas na natureza não são mais somente simbólicas, mitos ilusórios, mas nos falam de uma realidade”, concluiu Bento XVI.