O desmatamento na Amazônia atingiu 268 quilômetros quadrados em maio deste ano, mais do que o dobro no mesmo mês de 2010, quando chegou a 109,6 quilômetros quadrados, informou nesta quinta-feira o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O Mato Grosso, principal produtor de soja e algodão do país e que abriga o maior rebanho bovino do Brasil, foi o Estado que mais sofreu desmatamento, com 93,7 quilômetros quadrados, de acordo com o sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe.
A seguir vieram Rondônia (67,9 quilômetros quadrados) e Pará (65,5 quilômetros quadrados).
O sistema do Inpe registra tanto as áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, quanto áreas classificadas como degradação progressiva, que revelam o processo de desmatamento na região.
Levantamento divulgado pelo Imazon este mês também apontou aumento no desmatamento em maio. De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, a floresta perdeu 165 quilômetros quadrados no mês passado, o que levou a um aumento nas emissões de CO2 equivalentes de 55,6% na comparação anual.
O Pará liderou o desmatamento em maio, de acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, respondendo por 39% da destruição florestal no período. Em seguida vieram Mato Grosso (25%) e Rondônia (21%).
Nos meses de março e abril, o desmatamento da Amazônia foi de 593 quilômetros quadrados, segundo o Inpe, uma forte alta em comparação ao mesmo período de 2010, de 472,9%, o que levou o Ministério do Meio Ambiente a criar um gabinete de crise para apurar as causas deste aumento.
O combate ao desmatamento da Amazônia é vital para as pretensões brasileiras de protagonismo na área ambiental e nas negociações internacionais sobre as mudanças do clima.