O Papa Bento XVI fez a primeira meditação desta segunda-feira, 11, no Sinodo dos Bispos para o Oriente Médio.
O Santo Padre iniciou a reflexão recordando que há exatos 38 anos, o Papa João XXIII abria o Concílio Vaticano II, consagrando os trabalhos "ao Coração Materno de Nossa Senhora". Assim, também hoje, festa da Maternidade Divina de Maria, "também nós desejamos confiar este Sínodo, com todos os problemas, com todos os desafios, com todas as esperanças, ao coração materno de Nossa Senhora, da Mãe de Deus".
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"Uma mulher é 'Mãe de Deus' (Theotókos)". Como é possível?, refletiu Bento XVI.
"Deus não permaneceu em si: saiu de si, uniu-se de tal modo, tão radicalmente com este homem, Jesus, que este homem Jesus é Deus, e se falamos d'Ele, podemos sempre também falar de Deus. Não nasceu somente um homem que tinha a ver com Deus, mas n'Ele nasceu Deus sobre a terra. Deus saiu de si. Mas podemos também dizer o contrário: Deus nos atraiu para si mesmo, de tal forma que não estivéssemos mais fora de Deus, mas no seu íntimo, na intimidade de Deus mesmo", explicou.
Bento XVI recordou ainda que o Concílio Vaticano II iniciou com o ícone da Theotókos (Mãe de Deus) e, ao final, Papa Paulo VI reconhece à mesma Nossa Senhora o título de Mater Ecclesiae (Mãe da Igreja).
"Porque Cristo não nasceu como um indivíduo entre os outros. Nasceu para criar um corpo: nasceu para atrair todos a si e em si" (cf. Jo 12) (…) Ele é a Cabeça de um grande Corpo. Onde nasce Cristo, inicia o movimento da recapitulação, inicia o movimento do chamado, da construção do seu corpo, da santa Igreja. A Mãe de Theós, a Mãe de Deus, é Mãe da Igreja, porque é Mãe d'Aquele que veio para reunir-nos todos no seu Corpo ressuscitado", destacou.
"E assim da Igreja fiel, com Maria no centro, nasce a Igreja, o Corpo de Cristo. Esse dúplice nascimento é o único nascimento do Christus totus, do Cristo que abraça o mundo e nós todos", afirmou Bento XVI.
"Tendo em conta este nexo entre Theotókos e Mater Ecclesiae, o nosso olhar dirige-se ao último livro da Sagrada Escritura, o Apocalipse, onde, no capítulo 12, aparece exatamente essa síntese. A mulher vestida de sol, com doze estrelas sobre a cabeça e lua sob os pés, dá à luz. E dá à luz com um grito de dor, dá à luz com grande dor. Aqui o mistério mariano é o mistério de Belém alargado ao mistério cósmico. Cristo nasce sempre de novo em todas as gerações e, assim, assume, recolhe a humanidade em si mesmo", ressaltou.
Os trabalhos no Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio começaram neste domingo, 10, com a Missa presidida pelo Papa Bento XVI na Basílica de São Pedro, no Vaticano. As atividades dos bispos seguem até o dia 24 deste mês.
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