Atividades do Papa no primeiro dia de sua visita à Malta

O Papa Bento XVI chegou às terras maltesas, na tarde deste sábado, 17, onde foi calorosamente acolhido. Trata-se da 14ª viagem apostólica internacional do Santo Padre, a 8ª pela Europa, que desta vez o levou à República de Malta. O Pontífice se faz peregrino na ilha do Mediterrâneo, onde se encontra para celebrar o aniversário de 1950 anos do naufrágio do Apóstolo Paulo nas praias da ilha maltesa.

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Bento XVI deixou o Vaticano às 15h (hora local), dirigindo-se de helicóptero para o aeroporto internacional Leonardo da Vinci (Fiumicino), de onde partiu com sua comitiva para Malta, a bordo de um Airbus A320 da companhia Alitalia; fazendo um percurso de 770Km, com uma duração de uma hora e meia de viagem. O avião papal chegou ao aeroporto internacional maltês – situado na localidade de Luqa – pouco antes das 17h (hora local), onde teve lugar o primeiro ato da visita – a cerimônia de boas-vindas e os discursos do Papa e do Presidente.

Num clima de grande entusiasmo, o Santo Padre foi recebido, entre outros, pelo Núncio Apostólico no país, Dom Tommaso Caputo; sendo acolhido aos pés da escada anterior do avião pelo Presidente da República, George Abela, acompanhado de sua consorte; bem como pelo Arcebispo de Malta e Presidente da Conferência Episcopal Maltesa, Dom Paul Cremona; pelo Bispo de Gozo, Dom Mario Grech. Além disso, encontravam-se presentes autoridades políticas e civis, os chefes das Missões Diplomáticas e um grupo de fiéis.

Concluída a execução dos hinos pontifício e maltês, tiveram lugar os discursos do Presidente de Malta e do Santo Padre.

Discursos

No discurso de boas-vindas dirigido ao Papa, o Presidente Abela ressaltou, entre outras coisas, que o hino maltês é uma oração, destacando a grande tradição cristã de Malta e recordando também as duas viagens que João Paulo II fez à ilha, em 1990 e 2001.

Por sua vez, Bento XVI iniciou seu discurso expressando a alegria dessa visita apostólica, indicando, em seguida, o objetivo da mesma:

"Para mim é motivo de alegria estar hoje aqui em Malta entre vocês. Venho como peregrino para adorar o Senhor e louvá-lo pelas maravilhas que aqui realizou. Ademais, venho como Sucessor de São Pedro para confirmá-los na fé (cfr Lc 22, 32) e unir-me a vocês na oração ao único Deus vivo e verdadeiro, na companhia de todos os Santos, inclusive do grande Apóstolo de Malta, São Paulo. Embora minha visita seja breve, rezo para que traga muitos frutos."

Saudando o Presidente, o Papa agradeceu-lhe por suas gentis palavras de boas-vindas a ele dirigidas em seu nome e em nome do povo maltês. Agradeceu ainda "pelo árduo trabalho do Presidente e do Governo para preparar a sua visita, estendendo seus agradecimentos ao Premier, às autoridades civis e militares, ao Corpo diplomático e a todos os presentes.

Em seguida, saudou as autoridades eclesiásticas presentes, expressando seu afeto aos sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas, e a todos os leigos confiados a seus cuidados pastorais.

Logo depois, o Pontífice reiterou o motivo particular da sua visita pastoral:

"A ocasião da minha visita a estas ilhas é o aniversário de 1950 anos do naufrágio de São Paulo nas praias da ilha de Malta. São Lucas descreve esse evento nos Atos dos Apóstolos (…) Alguém poderia considerar a chegada de São Paulo a Malta, mediante um evento humanamente imprevisto, como um simples acidente da história. Todavia, os olhos da fé nos permitem reconhecer nela a obra da Divina Providência."

Na realidade – prosseguiu – Malta é uma encruzilhada de muitos dos grandes eventos e dos intercâmbios culturais na história européia e mediterrânea, até os nossos dias. Essas ilhas desempenharam um papel chave no desenvolvimento político, religioso e cultural da Europa, do Oriente Médio e do Norte da África.

Portanto, segundo os desígnios arcanos de Deus – observou – o Evangelho chegou a estas costas através de São Paulo e dos primeiros seguidores de Cristo.

Bento XVI ressaltou que a obra missionária trouxe muitos frutos ao longo dos séculos, contribuindo de inúmeros modos para plasmar a rica e nobre cultura de Malta.

O Santo Padre frisou que Malta "contribuiu muitíssimo para a defesa do cristianismo, por terra e por mar", e que também hoje deve continuar "desempenhando um válido papel nos debates atuais sobre a identidade, a cultura e as políticas européias".

O Pontífice expressou ainda a sua satisfação pelo compromisso do Governo maltês em projetos humanitários de grande alcance, especialmente na África.

Visita ao Palácio Presidencial

Concluída a cerimônia de boas-vindas, o Papa deixou o aeroporto transferindo-se de papamóvel para o Palácio dos Grandes Mestres, em Valletta – capital maltesa – para uma visita de cortesia ao Presidente da República.

Durante o trajeto de 10km até o Palácio presidencial, o Santo Padre foi calorosamente saudado pela multidão de fiéis malteses que com aplausos e vivas acenavam ao Papa.

O Presidente maltês acolheu Bento XVI no pátio interno do Palácio, conduzindo-o à "Sala Verde", lugar onde houve a troca de presentes, seguindo depois para a dependência adjacente, "Salão dos Embaixadores, onde teve lugar o encontro privado.

Dali o Santo Padre se transferiu para a Igreja de São Paulo, em Rabat, para a visita à Gruta de São Paulo para um momento de oração. Em seguida, Bento XVI, do adro da igreja, dirigiu uma saudação à multidão de fiéis presentes na praça.

Após a visita à Igreja de São Paulo, o Pontífice se transferiu para a Nunciatura Apostólica, em Rabat, onde passou a noite.

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