Missa do Crisma

Papa destaca o sentido do sacerdócio e recorda sua ordenação

O Papa Bento XVI presidiu, na manhã desta quinta feira-santa, na Basílica Vaticana, à Santa Missa do Crisma, concelebrada por cardeais, bispos e presbíteros (religiosos e diocesanos). Na celebração desta Missa os padres renovam suas promessas sacerdotais a serviço do povo de Deus.

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Em sua homilia, o papa explicou que "de fato, há apenas um único sacerdote da Nova Aliança: o próprio Jesus Cristo. Por conseguinte, o sacerdócio dos discípulos é participação no sacerdócio de Jesus. Assim, o nosso sacerdócio nada mais é que um novo modo de unir-nos a Cristo. A união com Cristo supõe renúncia."

"No 'sim' da Ordenação sacerdotal, fizemos a renúncia fundamental à autonomia, à auto-realização. No entanto, é preciso, dia após dia, cumprir este grande 'sim' entre os demais 'sins' e nas pequenas renúncias. Se cultivarmos uma verdadeira familiaridade com Cristo, então poderemos experimentar a alegria da sua amizade".

Deste processo, disse o pontífice, faz parte a oração, com a qual nos exercitamos na amizade com Cristo e aprendemos a conhecê-Lo: o seu modo de ser, de pensar, de agir. Rezar é progredir na comunhão pessoal com Cristo, expondo-lhe a nossa vida diária, nossos sucessos e falências, nossas fadigas e alegrias. É apresentar-nos, simplesmente, diante d’Ele.

Enfim, Bento XVI recordou que é importante rezar com a Igreja, celebrar a Eucaristia que é oração. Como sacerdotes, mediante a celebração Eucarística, encaminhamos os fiéis à oração. Se nos tornamos um com Cristo, aprenderemos a reconhecê-Lo de modo especial nos doentes, nos pobres, nos pequenos deste mundo; tornar-nos-emos pessoas que servem os irmãos.

Queridos amigos, concluiu o papa, nesta hora da renovação das promessas, queremos pedir ao Senhor que nos torne homens de verdade, homens de amor, homens de Deus. Peçamos-Lhe que nos torne verdadeiramente sacerdotes da Nova Aliança.

Aniversário sacerdotal de Bento XVI

O Papa recordou sua própria ordenação sacerdotal, realizada há 58 anos. "Na vigília da minha ordenação sacerdotal, 58 anos atrás, abri a Sagrada Escritura, porque queria receber mais uma palavra do Senhor para aquele dia e para o meu futuro caminho de sacerdote. O meu olhar caiu sobre este trecho: 'Consagra-os na verdade; a tua palavra é verdade'. Então soube: o Senhor está falando de mim, e está falando comigo. Precisamente a mesma coisa acontecerá amanhã em mim. Em última análise não em pessoa. Ordenação sacerdotal significa: ser imersos n'Ele, na Verdade. Pertenço de um novo modo a Ele e assim aos outros, 'para que venha o seu Reino'. Queridos amigos, nesta hora da renovação das promessas queremos pedir ao Senhor que nos torne homens de verdade, homens de amor, homens de Deus. Peçamos que Ele nos atraia sempre mais para dentro de si, para que nos tornemos verdadeiramente sacerdotes da Nova Aliança. Amém."

Terremoto em Áquila

Ao término da sua homilia, Bento XVI dirigiu seu pensamento a Dom Giuseppe Molinari, arcebispo de L’Aquila, que, por causa dos gravíssimos prejuízos causados pelo terremoto na catedral, não poderá reunir, hoje, seu presbitério diocesano, para a celebração da Missa do Crisma.

Portanto, o pontífice manda ao arcebispo de L’Aquila os santos óleos, em sinal de profunda comunhão e solidariedade espiritual. "Que estes santos óleos, disse o papa, possam acompanhar o tempo de renascimento e de reconstrução, sarando as feridas e sustentando a esperança".

A propósito, ao aceitar o pedido das autoridades civis e religiosas, o Santo Padre encarregou o Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, para presidir, amanhã, em L’Aquila, ao rito de sufrágio pelas vítimas do terremoto, que abalou a capital de Abruzzo e as regiões circunstantes.

Devido à excepcionalidade do acontecimento, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, concedeu o indulto para a celebração de uma Santa Missa de sufrágio, amanhã em L’Aquila, não obstante a liturgia de Sexta-feira Santa não prevê nenhum rito ou celebração Eucarística, a não ser aqueles concernentes à "Paixão do Senhor".

Como sinal de sua participação pessoal com os que sofrem por causa do terremoto, o Santo Padre enviará também à celebração seu Secretário particular, Mons. Georg Gänswein.

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