"O Líbano deveria ser uma espécie de laboratório para a busca de soluções eficazes aos conflitos que desde há muito agitam a região do Oriente Médio", declarou Bento XVI recebendo nesta segunda-feira, 17, o novo Embaixador do Líbano junto à Santa Sé, Georges Chakib El Khoury.
"O Líbano é berço de uma antiga cultura que irradiou por todo o Mediterrâneo e ainda mais além; país de numerosas confissões religiosas que souberam mostrar serem capazes de conviver e de colaborar fraternamente. Na riqueza da sua diversidade, o povo libanês tem um profundo amor à sua terra, cultura e tradições, permanecendo ao mesmo tempo fiel à sua vocação de abertura universal", disse o Papa.
Pela sua experiência de "colaboração intercomunitária e intercultural", o Líbano constituiu "um tesouro confiado a todos os libaneses", considerou Bento XVI. Estes têm portanto o "dever" de preservar este dom e de o fazer frutificar, a bem de toda a Nação".
O Papa exprimiu o desejo de que a comunidade internacional proteja e valorize este "tesouro", ajudando a evitar que este país se torne "terreno de confronto para os conflitos regionais ou internacionais".
Bento XVI fez votos de que, "pondo de lado os interesses particulares e curando as feridas do passado", todos os libaneses "se empenhem efetivamente na via do diálogo e da reconciliação, para permitir ao país progredir na estabilidade". Para tal (advertiu), há que prosseguir no esforço de "construir conjuntamente as instituições libanesas".
Uma "atitude fundamental" se impõe, um critério geral: "que cada componente do povo libanês se sinta verdadeiramente em casa no Líbano" e que sejam "de fato tomadas em consideração as suas preocupações e legítimas aspirações, no respeito recíproco dos direitos dos outros".
Paz duradoura
O que requer "uma verdadeira educação das consciências para a paz, a reconciliação e a o diálogo", sublinhou ainda Bento XVI, citando João Paulo II: "Nunca se esqueça que um gesto de paz pode desarmar o adversário e convida muitas vezes este último a responder positivamente à mão estendida".
Só será possível uma "paz duradoura", advertiu o Papa, se "prevalecer em todos uma autêntica vontade de viver conjuntamente na mesma terra e de considerar a justiça, a reconciliação e o diálogo como o quadro propício à resolução dos problemas das pessoas e dos grupos".
"Particularmente sensível aos sofrimentos que conhecem desde há muito as populações do Médio Oriente, a Santa Sé, assegurou Bento XVI, prossegue com determinação o seu empenho a favor da paz e da reconciliação no Líbano e em toda este região tão cara ao coração dos crentes".
Ao concluir seu discurso na apresentação das Cartas Credenciais do novo Embaixador do Líbano, Bento XVI dirigiu uma saudação aos Bispos e às comunidades católicas do país. Evocando a recente beatificação, em Beirute, do Padre Jacques Haddad, "apóstolo da misericórdia e ardente pregador da Palavra de Deus", o Papa convidou os católicos a serem, no meio dos seus compatriotas e sempre em comunhão com os seus Pastores, "ardorosos construtores de unidade e fraternidade".
Conteúdo acessível também pelo iPhone – iphone.cancaonova.com