Bispo brasileiro conta como foi acompanhar o Papa no México

“Para mim, foi uma experiência maravilhosa acompanhar o Papa por quase uma semana”, afirmou o bispo Primaz do Brasil

Da redação, com Arquidiocese de Salvador

O Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, foi um dos 85 bispos a acompanhar o Papa Francisco, durante sua visita apostólica ao México, que ocorreu entre os dias 12 e 17 de fevereiro.

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Dom Murilo conta, em um relato publicado pela sua assessoria de imprensa, as experiências que viveu enquanto ouvia, acompanhava e observa o Pontífice. Ao final da última Missa presidida pelo Papa no México, Dom Murilo o agradeceu pelo período que chamou de “retiro espiritual” proporcionado pelo Santo Padre, com suas homilias, encontros, gestos e orações.

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Dom Murilo é o quarto bispo, da esquerda para a direita / Foto: Dom Murilo Krieger/arquivo pessoal

 Leia o relato de Dom Murilo Krieger:

“O 4º dia da Visita Pastoral do Papa Francisco – acolhido no México como o “Missionário da Misericórdia e da Paz” -, foi numa das cidades mais violentas do país: Morellia. Ali, houve uma celebração eucarística da qual participaram seminaristas, diáconos, sacerdotes e religiosos e religiosas. Dá esperança ver um país que tem tantas pessoas que se consagram ao Senhor.

O último dia da visita foi em Ciudad Juarez, famosa por fazer limite com os Estados Unidos. Há uma cerca de centenas e centenas de quilômetros separando os dois países. Mesmo assim, milhares de latino-americanos tentam atravessá-la, para poder trabalhar nos Estados Unidos. De um lado, há toda uma organização de verdadeiros criminosos que se oferecem para levar os imigrantes; de outra, há uma forte repressão da polícia norte-americana. São centenas e centenas de pessoas que morrem mensalmente por causa disso. O Papa fez um forte e emocionante discurso, para que em vez de muros os países construam pontes.

A Visita do Papa ao México terminou. Há pouco, seu avião o levou de volta a Roma. Ele deixa para trás um país sofrido (muitos disseram que, como o Bom Samaritano, ele veio curar as feridas desse povo), marcado pela violência e pelas injustiças. Mas semeou esperança; procurou despertar confiança; lembrou que um país com tantos jovens, não deve ter medo do futuro.

Para mim, foi uma experiência maravilhosa acompanhar o Papa por quase uma semana. No final da Missa de encerramento, quando ele fez questão de se despedir pessoalmente de cada um dos 85 bispos presentes ali em Ciudad Juarez, disse-lhe, ao cumprimentá-lo, que lhe agradecia pelo retiro espiritual que ele nos proporcionou com suas homilias, encontros, gestos e orações.

Seu pedido, repetido em cada lugar e circunstância: “Rezem por mim”, deve encontrar eco em todos nós. Afinal, sua missão – percebi isso muito claramente – é a de, com coragem, apresentar a proposta do Evangelho com clareza, sem medo e sem diminuir em nada as suas exigências. Afinal, só Jesus Cristo tem palavras de vida eterna”.

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