Dez brasileiros foram presos, suspeitos de planejar ações terroristas e ligação com o Estado Islâmico
Da redação, com Agência Brasil
Mesmo com a prisão de dez brasileiros nesta quinta-feira, 21, suspeitos de planejar ações terroristas no país e de ligação com o grupo extremista muçulmano Estado Islâmico (EI), o planejamento da segurança para os Jogos Olímpicos Rio 2016 não será alterado.
A afirmação é do secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, que participou de uma reunião do Comitê Executivo de Segurança Integrada Regional – Cesira/RJ, que já estava marcada antes da Operação Hashtag da Polícia Federal.
Beltrame destacou que ações da inteligência não são comentadas, mas que seria “leviandade” afirmar que não há preocupação nenhuma com terrorismo. Ele lembrou que a segurança integrada tem um centro de inteligência em Brasília, onde estão atuando 50 policiais de outros países em conjunto com a Polícia Federal e a Abin, e que, até o momento, não há indícios de nenhuma ação terrorista no país.
O secretário garantiu que todo o planejamento para a Olimpíada está pronto, não será alterado e é fruto de um acúmulo de trabalho em grandes eventos desde 2007, como os Jogos Pan-Americanos, a Rio+20, os Jogos Mundiais Militares, a Jornada Mundial da Juventude, a Copa das Confederações, a Copa do Mundo, e agora a Olimpíada.
Suspeitos
Os dez brasileiros presos têm entre 20 e 40 anos de idade, segundo informação divulgada ontem pelo juiz Marcos Josegrei da Silva, titular da 14ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Operação Hashtag. Os nomes dos detidos não foram divulgados, nem o local da retenção.
“Nós temos um grupo de pessoas que exaltam terroristas. Tenho informação de pessoas que têm esse tipo de comportamento e agem em comunidade. Quando tenho esses elementos, é justificada a prisão temporária”, ressaltou.
Entretanto, o juiz afirmou que as informações colhidas até o momento ainda não confirmam que o grupo realizaria um atentato terrorista no país.
De acordo com Josegrei, nenhum dos investigados têm origem árabe, embora se comunicassem usando codinomes árabes em redes sociais. “Não são nomes de batismo. Adotaram para se identificar melhor com o grupo terrorista.”
Foram expedidos 12 mandados de prisão temporária por 30 dias, podendo ser prorrogados por mais 30.
O juiz descartou que haja uma liderança entre o grupo de brasileiros presos e informou que o grupo é investigado por ações desde 19 de março, data em que entrou em vigor a Lei Antiterrorismo. Conforme as investigações, o grupo se comunicava basicamente pela internet.
“São afirmações por internet e redes sociais. São afirmações que as pessoas faziam no meio virtual. As prisões e buscas são formas de obter elementos de buscar confirmação de tudo isso”, argumentou o magistrado.