Apelo de Francisco dirigido ao Estado de e-Swatini (ex-Suazilândia), onde há semanas a violência vem aumentando contra o rei Mswati III que bloqueou a Internet e impôs um toque de recolher
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco fez um apelo ao diálogo e à paz, ao término do Angelus deste domingo, para o Estado de e-Swatini (antiga Suazilândia), no sul da África, de onde “estão chegando notícias de tensões e violências”. Há várias semanas, duros protestos têm sido feitos contra o rei Mswati III, o último monarca absolutista do continente africano que governa o país há 35 anos (desde 1986).
“Convido aqueles que têm responsabilidades e aqueles que expressam suas aspirações para o futuro do país, a fazer um esforço comum para o diálogo, a reconciliação e a composição pacífica das diferentes posições.”
Protestos iniciados em maio
Os protestos foram provocados pela morte, em maio passado, de um estudante de direito, Thabani Nkomonye. A polícia é acusada do assassinato. A mobilização, a maior desde as manifestações de 2019, expandiu-se na última semana de junho à medida que a repressão se intensificou. De fato, o rei respondeu aos protestos bloqueando a Internet, impondo um toque de recolher e mobilizando o exército contra os manifestantes. De acordo com ativistas e forças da oposição, os confrontos teriam causado dezenas de mortos e vários feridos. As autoridades negaram estes assassinatos.
O apelo do bispo: “o diálogo, único caminho para sair da crise”
Diante do recrudescimento, o bispo de Manzini, a única diocese do país, dom José Luis Ponce de León, lançou um premente apelo à calma e ao diálogo. “Responder com fogo ao fogo servirá somente para reduzir este país a cinzas”, adverte o prelado, que reconhece as razões dos protestos, mas reitera que a único caminho para sair da crise é um “diálogo aberto” envolvendo todas as partes.
“Como escreveu o Papa Francisco na Fratelli Tutti, o diálogo social autêntico pressupõe a capacidade de respeitar o ponto de vista do outro, aceitando a possibilidade de que ele contenha convicções ou interesses legítimos”, ressalta o bispo.