O Papa Bento XVI renovou nesta sexta-feira, 5, o apelo aos Estados para que garantam a liberdade religiosa e valorizem o patrimônio cultural e religioso. O Santo Padre recebeu na Sala Clementina, no Palácio Apostólico Vaticano, os embaixadores da Etiópia, Malásia, Irlanda, Ilhas Fiji e Armênia que apresentaram suas cartas credenciais.
Ele destacou que "a religião nos permite reconhecer o outro como irmão na humanidade. Dá a possibilidade de todos conhecerem a Deus, com plena liberdade, ajuda a formar uma personalidade forte interiormente que nos torna capazes de ser testemunhas do bem".
O Pontífice disse ainda que “para reforçar as bases humanas da realidade sócio-política é preciso ser atentos também a outro tipo de miséria: aquela causada pela perda de referência aos valores espirituais, de Deus”.
Uma perda, que segundo ele, torna mais difícil o discernimento entre o bem e o mal assim como "a superação dos interesses pessoais em vista do bem comum".
O Papa dirigiu ainda um pensamento particular aos jovens que, na busca de um ideal, se voltam a paraísos artificiais como as drogas e o consumismo. Assim, advertiu que quanto mais cresce a pobreza, mais falta o amor.
A globalização nos torna mais próximos, mas pede também que sejamos mais atentos aos que sofrem, disse o Santo Padre. Em seu discurso, o Papa destacou as dificuldades enfrentadas por tantos povos como a pobreza e pediu que toda comunidade internacional enfrente, com justiça e solidariedade, tudo aquilo que ameaça o homem, a sociedade e o meio ambiente.
“O êxodo para as cidades, os conflitos armados, a fome e as doenças que afligem tantas populações crescem dramaticamente junto à pobreza. A crise econômica mundial, reconhecida com amargura, levam sempre mais famílias a uma precariedade crescente”, salientou o Pontífice.
A solidão cresce por causa da exclusão, reforçou o Papa. Para ele, quando a miséria coexiste com uma grande riqueza, nasce uma impressão de injustiça que se tornar fonte de revolta.
“É agora oportuno que os Estados façam com que as leis sociais não favoreçam as desigualdades, mas permitam que cada um viva de modo decente”, acrescentou.
Segundo o Santo Padre, é importante que as pessoas necessitadas tenham um reconhecimento social. E adicionou que o desenvolvimento das nações “deve olhar as pessoas em sua integridade e não somente o crescimento econômico”.
Uma convicção que deve se tornar uma ação efetiva, como a experiência com o microcrédito que dá a possibilidade de harmonizar os objetivos econômicos com as ações sociais, e ainda a democracia e o respeito à natureza.