Francisco exortou aos participantes da Assembleia Geral de Talitha Kum, que estiveram reunidos em Sacrofano, perto de Roma, a seguir na busca por ações de prevenção
Da Redação, com Vatican News
Na mensagem do Santo Padre enviada aos participantes reunidos desde sábado, 18, em Sacrofano, próximo a Roma, cuja segunda Assembleia Geral foi concluída nesta quarta-feira, 22, Francisco afirma que o tráfico de pessoas é um mal “sistêmico” e, portanto, podemos e devemos eliminá-lo por meio de uma abordagem sistemática em vários níveis. “Em meu coração, há muita gratidão pelo que fazeis, tanto pessoalmente quanto em conjunto, para derrotar o tráfico de pessoas, um dos mais terríveis flagelos de nosso tempo”, enfatizou.
Esta é uma efusiva manifestação de reconhecimento pelo que fazem e de agradecimento do Santo Padre dirigida aos participantes da Assembleia Geral de Talitha Kum, que reuniu cerca de 300 delegados, representando religiosas e religiosos de todos os continentes e delegados da organização comprometida com o combate ao tráfico de pessoas e a exploração humana.
O tráfico de pessoas é reforçado por guerras e conflitos
O Papa observa que o tráfico de pessoas é reforçado por guerras e conflitos, beneficia-se dos efeitos das mudanças climáticas, das desigualdades socioeconômicas, aproveita-se da vulnerabilidade das pessoas forçadas a migrar e da situação desigual em que se encontram as mulheres e as meninas em particular.
Francisco ressalta ainda que o tráfico de pessoas é uma atividade que não respeita ninguém, garantindo grandes lucros a pessoas sem escrúpulos morais. “Este tráfico está em constante evolução e sempre encontra novas formas de se desenvolver, como aconteceu durante a pandemia. No entanto, não devemos nos desanimar. Com o poder do Espírito de Jesus Cristo e a dedicação de muitos, podemos conseguir eliminá-lo”, disse.
Apoiar as vítimas, ouvi-las, ajudá-las a se reerguer
O Santo Padre evidencia que é preciso que prossigamos no caminho como eles, de Talitha Kum, sempre fizeram: apoiar as vítimas, ouvi-las, ajudá-las a se reerguer e, juntos, agir contra o tráfico. “Para sermos realmente eficazes contra esse odioso fenômeno criminoso, precisamos ser uma comunidade”, ressalta o Pontífice, observando que isso está bem expresso no tema da assembleia: “Caminhar juntos para acabar com o tráfico de pessoas: compaixão em ação para a transformação”.
Um chamado à responsabilidade dos governos e instituições
Francisco reconhece que este é um grande desafio, mas, nesses 15 anos, demonstraram, em todas as latitudes, que isso pode ser feito. “A Talitha Kum se tornou uma rede capilar e global e, ao mesmo tempo, também está bem radicada nas Igrejas locais. Ela se tornou um ponto de referência para as vítimas, suas famílias, pessoas em situação de risco e comunidades vulneráveis. Além disso, vossos apelos são um forte chamado à responsabilidade dos governos e instituições nacionais e locais”, salientou.
Ao concluir, o Pontífice os exortou a prosseguirem nesse caminho, buscando ações de prevenção e cuidado e tecendo muitos relacionamentos valiosos, que são indispensáveis para combater e derrotar o tráfico de pessoas, e agradeceu ao Senhor por todo o trabalho que lhes permitiu fazer ao longo destes anos.