Nagasaki

Francisco reza diante do Monumento dos mártires japoneses

Museu e Monumento dos Vinte e Seis Mártires é um museu de arte sacra

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco visitou o Monumento dos Mártires Japoneses./ Foto: Vatican Media

O Papa Francisco visitou, neste domingo, o Monumento dos mártires japoneses. O Museu e Monumento dos Vinte e Seis Mártires é um museu de arte religiosa, situado na colina Nishizaka, na cidade de Nagasaki. O museu foi projetado pelo arquiteto japonês Kenji Imai, que se inspirou nas obras arquitetónicas de antoni Gaudi como a Igreja da Sagrada Família. Foi inaugurado a 10 de junho de 1962 para comemorar o centenário da canonização dos vinte e seis mártites do Japão, um grupo de cristãos que foram crucificados neste local a 5 de fevereiro de 1597 durante a perseguição ao cristianismo.

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Francisco foi acolhido pelo diretor do Museu, por um sacerdote e por um irmão da comunidade dos Jesuítas. O Papa acendeu uma vela que lhe foi entregue por um descendente dos cristãos perseguidos. Depois de uma momento de oração diante do Monumento o Papa tomou a palavra.

Inicialmente Francisco disse que estava ansioso pela chegada deste momento. “Venho como peregrino para rezar, – disse – confirmar e também ser confirmado na fé por estes irmãos, que nos mostram o caminho com o seu testemunho e dedicação.

O Pontífice continuou afirmando que o santuário evoca as imagens e nomes dos cristãos que foram martirizados há muitos anos, a começar de Paulo Miki e seus companheiros em 5 de fevereiro de 1597, e a multidão doutros mártires que consagraram este campo com o seu sofrimento e a sua morte.

Mais que de morte, porém, este santuário fala-nos do triunfo da vida. São João Paulo II viu este lugar não só como o monte dos mártires, mas também como um verdadeiro Monte das Bem-aventuranças, onde podemos captar o testemunho de homens repletos de Espírito Santo, libertos do egoísmo, das comodidades e do orgulho (cf. Gaudete et exsultate, 65). Pois aqui a luz do Evangelho brilhou no amor que triunfou sobre a perseguição e a espada.

Francisco afirmou:

“ Este lugar é, antes de mais nada, um monumento que anuncia a Páscoa, porque proclama que a última palavra – não obstante todas as provas em contrário – não pertence à morte, mas à vida. Não somos chamados à morte, mas a uma Vida em plenitude: assim o anunciaram eles. ”

É verdade que, aqui, – continuou o Santo Padre- há a obscuridade da morte e do martírio, mas anuncia-se também a luz da ressurreição, pois o sangue dos mártires torna-se semente da vida nova que Cristo nos quer dar a todos. O seu testemunho confirma-nos na fé e ajuda-nos a renovar a nossa dedicação e compromisso de viver o discipulado missionário que sabe trabalhar por uma cultura capaz de proteger e defender sempre toda a vida, através do «martírio» do serviço diário e silencioso prestado a todos, especialmente aos mais necessitados.

O Santo Padre sublinhou eu foi àquele monumento dedicado aos mártires para se “encontrar com estes homens e mulheres santos, e quero fazê-lo com a pequenez daquele jovem jesuíta que vinha dos «confins da terra» e encontrou uma fonte profunda de inspiração e renovação na história dos primeiros missionários e mártires japoneses. Não esqueçamos o amor do seu sacrifício!

“ Que a Igreja no Japão de hoje, – evocou o Papa – com todas as suas dificuldades e promessas, se sinta chamada a escutar cada dia a mensagem proclamada por São Paulo Miki, do alto da sua cruz, e a partilhar com todos os homens e mulheres a alegria e a beleza do Evangelho que é Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14, 6). Possamos cada dia libertar-nos de todo o peso que nos sobrecarrega e impede de caminhar com humildade, liberdade, ousadia e amor. ”

O Papa concluiu afirmando: “Irmãos, neste lugar, unimo-nos também aos cristãos que hoje, em tantas partes do mundo, sofrem e vivem o martírio por causa da fé. Mártires do século XXI, que nos interpelam com o seu testemunho a seguir corajosamente o caminho das Bem-aventuranças. Rezemos por eles e com eles, e ergamos a voz para que a liberdade religiosa seja garantida a todos nos vários cantos do planeta; e ergamos a voz também contra toda a manipulação das religiões «pelas políticas de integralismo e divisão, pelos sistemas de lucro desmesurado e pelas tendências ideológicas odiosas, que manipulam as ações e os destinos dos homens» (Documento sobre a fraternidade humana, Abu Dhabi, 4/II/2019).

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