"A fé de todos os católicos é certamente reforçada quando eles veem o bem que está sendo feito em nome de Cristo", disse o Papa Bento XVI durante audiência aos participantes do Encontro dos Voluntários Católicos dos Países Europeus. O encontro aconteceu na manhã desta sexta-feira, 11, na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano.
O Encontro foi promovido pelo Pontifício Conselho Cor Unum no contexto do Ano Europeu do Voluntariado. Participaram os Bispos responsáveis pela pastoral caritativa das Conferências Episcopais dos Países Europeus e Representantes de Organismos eclesiais nacionais e internacionais de voluntariado na União Europeia, provenientes de 25 países.
"Para os cristãos, o trabalho voluntário não é apenas uma expressão de boa vontade. É baseado em uma experiência pessoal com Cristo", destacou.
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O Santo Padre salientou que a graça de Cristo aperfeiçoa, fortalece e eleva a vocação humana fundamental para o amor. "E capacita-nos a servir os outros sem esperar retorno, satisfação ou qualquer recompensa. Aqui vemos algo da grandeza de nossa vocação humana: servir aos outros com a generosidade e liberdade que caracterizam o próprio Deus. Nós também nos tornamos instrumentos visíveis de Seu amor em um mundo que ainda anseia profundamente por esse amor em meio à pobreza, solidão, marginalização e ignorância que vemos ao nosso redor".
Mesmo que o trabalho voluntário católico não possa responder a todas essas necessidades, o Bispo de Roma convida a não se desencorajar ou deixar seduzir por ideologias que querem mudar o mundo de acordo com uma visão puramente humana. "O pouco que nós conseguimos fazer para aliviar as necessidades humanas pode ser visto como uma boa semente que irá crescer e produzir muito fruto; é um sinal da presença de Cristo e de amor que, como a árvore do Evangelho, cresce para dar abrigo, proteção e força para todos os que necessitam".
Bento XVI também recordou que, hoje, em dia, o trabalho voluntário tornou-se um serviço de caridade reconhecido universalmente como um elemento da cultura moderna, mas suas origens estão na particular preocupação cristã de proteger, sem discriminação, a dignidade da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus.
"Se essas raízes espirituais são negadas ou obscurecidas e os critérios de nossa colaboração tornam-se puramente utilitários, aquilo que é o mais distintivo no serviço que prestamos corre o risco de se perder, em detrimento da sociedade como um todo".
Por fim, lançou um incentivo especial aos jovens, a descobrir no trabalho voluntário uma forma de crescer no amor oblativo, que dá um profundo sentido à vida.
"Os jovens reagem prontamente ao chamado do amor. Ajudemo-los a ouvir a Cristo, que faz Seu chamado ser sentido nos corações e atrai para junto de si. Não devemos ter medo de colocá-los diante de um desafio radical e de mudança de vida, ajudando-os a aprender que nossos corações são feitos para amar e ser amados. É no dom de si que chegamos a viver a vida em toda sua plenitude".