O Santo Padre enviou uma mensagem em vídeo à Conferência internacional sobre a proteção de menores e adultos vulneráveis para as Igrejas da Europa Central e Oriental
Da redação, com Vatican News
Foi divulgada neste sábado, 18, a mensagem do Papa Francisco à Conferência sobre a Proteção de Menores que terá lugar em Varsóvia na Polônia e será apresentada em um vídeo na abertura dos trabalhos neste domingo, 19 de setembro. A mensagem do Pontífice consta destes termos:
“Queridos irmãos e irmãs, estou feliz em dar a vocês as boas-vindas agora que estão reunidos para refletir sobre a resposta que a Igreja está dando à crise dos abusos sexuais contra menores por membros da Igreja, e sobre as maneiras com as quais ela pode responder de forma mais adequada a esse transtorno muito grave que enfrentamos.
Ao dirigir-me aos líderes das Conferências Episcopais de todo o mundo, reunidas em Roma em fevereiro de 2019, expressei meu encorajamento para que garantissem que o bem-estar das vítimas não fosse colocado de lado em favor da incompreendida preocupação pela reputação da Igreja como uma instituição.
Pelo contrário, somente enfrentando a verdade destes comportamentos cruéis e buscando humildemente o perdão das vítimas e sobreviventes, a Igreja poderá encontrar o caminho para ser novamente considerada com confiança um lugar de acolhimento e segurança para os necessitados.
Nossas expressões de contrição devem ser convertidas em um caminho concreto de reforma, quer para prevenir novos abusos como garantir aos outros a confiança de que nossos esforços levarão a uma mudança real e confiável.
Encorajo-vos a ouvir o apelo das vítimas e a comprometer-vos, uns com os outros e com a sociedade em sentido mais amplo, nestas importantes discussões, visto que afetam realmente o futuro da Igreja na Europa Central e Oriental, não somente o futuro da igreja, também o coração do cristão, toque nossa responsabilidade.
Vocês não são os primeiros a ter a responsabilidade de dar esses passos, que são tão necessários, e é improvável que sejam os últimos. Mas saibam que vocês não estão sozinhos nestes tempos difíceis.
Reconhecer nossos erros e nossos fracassos pode nos fazer sentir vulneráveis e frágeis, com certeza. Mas também pode ser um tempo de graça esplêndida, um tempo de esvaziamento, que abre novos horizontes de amor e serviço recíproco. Se reconhecermos nossos erros, não teremos nada a temer, porque será o próprio Senhor quem nos terá conduzido até aquele ponto.
“Com malícia para com ninguém e com caridade para com todos” (A. Lincoln), exorto-vos a serem humildes instrumentos do Senhor, a serviço das vítimas de abusos, vendo-as como companheiras e protagonistas de um futuro comum, aprendendo uns com os outros a se tornar mais fiéis e resilientes, para que, juntos, possamos enfrentar os desafios futuros. Que o Senhor vos abençoe, Nossa Senhora vos proteja, e por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Obrigado!”