Catequese

Bento XVI fala sobre a criação do mundo e o pecado original

O Papa Bento XVI continuou nesta quarta-feira, 6, as catequeses sobre a Profissão de Fé católica – o Credo. Ele abordou nesta seção, a temática da criação de Deus, a imagem do jardim do Éden, as figuras de Adão e Eva e a realidade do pecado original, citados no livro do Gênesis.

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.: NA ÍNTEGRA – Catequese de Bento XVI: reflexão sobre o Credo 06/02/2013

O Santo Padre ressaltou no início, a qualificação que o Credo faz de Deus como “Pai Onipotente” e “Criador do céu e da terra”, frase mencionada no livro da criação. O Papa afirma que Deus é a origem de todas as coisas e na beleza da criação se desdobra a sua onipotência de Pai que ama. A fé, diz o Pontífice, é a base para o reconhecimento de que o mundo foi criado pela palavra de Deus.

“O crente pode ler o grande livro da natureza e entender sua linguagem (cfr Sal 19,2-5); mas é necessária a Palavra de revelação, que suscita a fé, para que o homem possa chegar à plena consciência da realidade de Deus como Criador e Pai”, explicou.

Ao citar o livro que trata da criação, o Gênesis, Bento XVI, interpreta, a partir da revelação bíblica, que o primeiro pensamento de Deus ao criar o mundo era encontrar um amor que respondesse ao seu amor. O segundo pensamento era criar um mundo material onde colocar este amor, estas criaturas que em liberdade lhe responderiam.

“Mas a nossa pergunta hoje é: na época da ciência e da técnica, ainda tem sentido falar de criação?” Questionou o Pontífice. Segundo ele, a Bíblia não quer ser um manual de ciências naturais; quer, em vez disso, fazer compreender a verdade autêntica e profunda das coisas. E afirma: “a origem do ser, do mundo, a nossa origem não é o irracional ou as nossas necessidades, mas a razão e o amor e a liberdade.”

Bento XVI prosseguiu a catequese refletindo sobre a imagem do barro no livro que relata a criação. “Isto significa que não somos Deus, não nos fizemos por nós mesmos, somos terra; mas significa também que viemos da terra boa, por obra do Criador bom.” E segundo o Papa, o jardim do Éden diz que a realidade em que Deus colocou o ser humano não é uma floresta selvagem, mas lugar que protege, alimente e sustenta.

“O homem deve reconhecer o mundo não como propriedade a ser saqueada e explorada, mas como dom do Criador, sinal de sua vontade salvífica, dom a cultivar e proteger, de fazer crescer e desenvolver no respeito, na harmonia, seguindo os ritmos e a lógica, segundo o desígnio de Deus (cfr Gen 2,8-15)”, salientou.

Em seguida, o Santo Padre explicou a figura da serpente como sendo o sinal da tentação que objetiva levar o homem a romper a relação com Deus, colocando no seu coração a dúvida e inimizade com o Criador.

Segundo o Papa, a serpente levanta a suspeita de que a aliança com Deus seja como uma prisão que une, que priva da liberdade e das coisas mais belas e preciosas da vida. A serpente, como sinal da tentação, leva o homem a não aceitar os seus limites de criatura e a pensar a dependência do amor criador de Deus, como um fardo do qual deve se libertar.  

Por fim, o Santo Padre, comentando a realidade do pecado original, afirmou que “o pecado gera pecado e todos os pecados da história estão ligados entre si.” Segundo ele, o pecado significa perturbar ou destruir a relação com Deus e sua  essência está em colocar-se no lugar de Deus.

Bento XVI encerrou dizendo que viver de fé significa ao homem reconhecer a grandeza de Deus, a pequenez humana e a sua condição de criatura. A fé ilumina o mistério do mal e traz a “certeza de que é bom ser um homem”.

    

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