O Concílio Vaticano II completa 49 anos de abertura e 50 de convocação em 2011. O Papa Bento XVI publicou na última segunda-feira, 17, a carta apostólica Porta Fidei, que institui oficialmente o Ano da Fé. A celebração iniciará em 11 de outubro de 2012, exatamente no dia em que se comemorarão os 50 anos de abertura do Concílio. As palavras do Santo Padre expressam claramente como ele vê o Vaticano II, o último grande Concílio realizado pela Igreja Católica durante os pontificados de João XXIII e Paulo VI.
"Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa", escreve Bento XVI.
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Ao longo do atual Pontificado muitos equívocos têm surgido e chegaram até mesmo a apontar Bento XVI como alguém que andava contra o Concílio. Na verdade, a intenção do Pontífice, de acordo com especialistas, é de levar os cristãos a uma assimilação adequada dos textos e documentos que chegaram até nós, mas, infelizmente foram pouco lidos, pouco procurados ou até mesmo mal interpretados.
"O então sacerdote Joseph Ratzinger era visto como progressista, pois via na Igreja não um erro de comunicação com o mundo moderno, mas algumas estradas que poderiam ser escolhidas como vias para esse diálogo. Uma prova disso é a criação do mais novo Pontificio Conselho para a Nova Evangelização e o próximo Sinodo dos Bispos, que abordarão o mesmo tema", afirma o doutorando em Pastoral Bíblico-catequética da Universidade Salesiana de Roma, padre Anderson Marçal Moreira.
O professor Joseph Ratzinger convocado para o Vaticano II
No Vaticano II, o jovem professor Joseph Ratzinger foi convocado como consultor teológico do então Arcebispo de Colônia (Alemanha), Cardeal Josef Frings, em 1962. Um tempo depois, Ratzinger se tornou um dos peritos do Concílio. Essa função levou-o a ser considerado um renomado teólogo pelo Papa Paulo VI, que o criou cardeal em 1977.
"Bento XVI ainda respira a novidade do Concílio, buscando colocar a Igreja em constante diálogo com o mundo moderno, não mudando o essencial da mensagem e, sim, mostrando a forma de anunciá-la", enfatiza padre Anderson Marçal.