Honduras

Zelaya encerra diálogo com Micheletti, crise continua

A comissão negociadora do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, deu por encerrado os diálogos com o governo interino, de Roberto Micheletti, para solucionar a crise política do país.

A decisão foi tomada hoje, após terminar o prazo estipulado pelos representantes de Zelaya para que a comissão de Micheletti, apresentasse uma nova proposta de acordo.

"Demos este diálogo por concluído, porque não estamos dispostos a permitir que o regime golpista utilize o diálogo como um instrumento para dilatar as soluções, para adiar a saída da crise e para ganhar tempo. O tempo que a ditadura ganha rouba a democracia de Honduras", advertiu Vitor Meza, membro da delegação de Zelaya.

Os diálogos foram iniciados no dia 7 de outubro, com apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA), e tinham como base o Acordo de San José, proposto pelo presidente da Costa Rica e mediador da crise política hondurenha, Oscar Arias.

As conversações, no entanto, estavam interrompidas desde a última segunda-feira, quando a delegação de Micheletti apresentou uma proposta que foi recusada pelos representantes de Zelaya.

A proposta estabelecia que a Corte Suprema de Justiça e o Congresso Nacional apresentariam às comissões de diálogo um informe sobre os antecedentes do golpe de Estado, sendo que o texto serviria de base para decidir a restituição do governo constitucional.

As comissões já acordaram na maior parte dos pontos requeridos no Acordo de San José, menos na questão que envolve a volta de Zelaya ao poder.

Segundo Meza, a ruptura do diálogo não é favorável ao país, porque produzirá um cenário caracterizado pela "convulsão política, agravamento da crise e a crescente 'ingovernabilidade' democrática de Honduras".

Os representantes de Zelaya se reunirão hoje com o mandatário deposto, na Embaixada do Brasil, onde o presidente está desde 21 de setembro, dia em que retornou a Honduras. O encontro tem como objetivo definir qual serão as próximas etapas para sua restituição.

Zelaya foi destituído no último dia 28 de junho, quando militares invadiram sua casa e o obrigaram a deixar o país. O golpe de Estado ocorreu devido à intenção do mandatário realizar uma consulta popular para modificar a Constituição.

Siga o Canção Nova Notícias no
twitter.com/cnnoticias
Conteúdo acessível também pelo iPhone –
iphone.cancaonova.com

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo