DOAR-SE PELO PRÓXIMO

Voluntariado: conectar-se com outros traz sentido de vida, diz psicóloga

No Dia Internacional do Trabalho Voluntário, psicóloga comenta benefícios da prática e membro de Pastoral partilha experiência de doação ao próximo

Gabriel Fontana
Da Redação

Foto: freepik

Nesta quinta-feira, 5, é celebrado o dia daqueles que, de forma gratuita, se doam para realizar gestos de cuidado e empatia ao próximo. Trata-se do Dia Internacional do Trabalho Voluntário, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1985, para promover ações de voluntariado em diversas esferas da sociedade em todo o mundo.

A psicóloga Patrícia Castro indica que as motivações para realizar o trabalho voluntário podem ser bem diversas. Entre elas, destaca a formação familiar, cultural e espiritual de cada indivíduo, que pode favorecer a consciência de solidariedade, empatia e compaixão ao próximo.

Patricia Castro / Foto: Arquivo pessoal

Além disso, o sentimento de pertencimento a um grupo que promova trabalho voluntário também pode motivar alguém a realizar tais atividades. “Todos temos o senso de pertencimento como necessidade básica. Conectar-se com outras pessoas favorece o desenvolvimento de recursos humanos sociais, e a convivência que resulta em um bem-estar a outras pessoas traz também sentido de vida”, explica a psicóloga.

Da mesma forma, prossegue, o trabalho voluntário aumenta a criatividade, diminui o estresse e previne sintomas de depressão e ansiedade. “O sentimento de utilidade acentua, no voluntário, suas qualidades e potencialidades, fazendo com que, ao se perceber necessário ao mundo, também aprimore sua visão positiva do valor dos outros e dos desafios e vitórias dos demais”, explica Patricia.

Por outro lado, ser ajudado por alguém leva à experiência da vulnerabilidade, e o ato de cuidado recebido gratuitamente preenche a necessidade de amor incondicional. “Ao perceber-se amado por meio do cuidado”, complementa a psicóloga, “o ser humano tende a adotar essa mesma linguagem para com os que estão ao seu redor”.

Compromisso com Deus e o próximo

Em São José dos Campos (SP), o engenheiro elétrico George Paixão é um dos coordenadores da Pastoral dos Moradores de Rua da Paróquia Espírito Santo. O grupo com mais de 50 colaboradores atua voluntariamente, há mais de dois anos, na preparação e distribuição de alimentos para pessoas em situação de rua.

Membros da Pastoral dos Moradores de Rua da Paróquia Espírito Santo, em São José dos Campos (SP) / Foto: Arquivo pessoal

George conta que a motivação para realizar este trabalho é poder levar o alimento para o corpo e a palavra de Deus, para que os alcançados por este gesto busquem a conversão e retornem ao convívio familiar e da sociedade. “Vemos em cada irmão de rua a pessoa de Jesus sofredor, e fazemos este trabalho única e exclusivamente em nome de Deus e para os irmãos de rua”, afirma.

O coordenador da Pastoral partilha que sente um aperto no coração cada vez que encontra as pessoas nas ruas, muitos sob a influência de álcool e drogas, mas salienta que faz este trabalho com muita fé e gratidão por poder cumprir o chamado de Jesus e, pelo menos um dia por semana, levar o alimento e a Palavra a quem necessita.

“Hoje é um compromisso assumido com Deus e os irmãos de rua, uma missão que nos foi dada e que nos aproxima de Deus. E cada vez que nos encontramos e nos aproximamos de um irmão de rua, temos a certeza de que estamos mais próximos de Deus”, expressa.

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