DIA DO AGRÔNOMO

Vida no campo: cultivo da terra dá lições de respeito, sustentabilidade e fé

No Dia do Agrônomo, engenheiro da área e missionário criado no campo comentam aprendizados que tiveram na roça, plantando e colhendo

Gabriel Fontana
Da Redação

Foto: Erik via Unsplash

O Dia do Agrônomo é celebrado nesta quarta-feira, 13 de setembro. A comemoração tem o objetivo de homenagear todos os profissionais envolvidos com as atividades agropecuárias, cultivando e criando, produzindo os subsídios que alimentam os bilhões de seres humanos no planeta todos os dias.

Por trás deste trabalho há muito esforço e dedicação, que transformam o Brasil em um dos protagonistas no cenário global. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2020 apresentados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o país é o maior produtor e o maior exportador mundial de soja, café, açúcar e suco de laranja. Também é o segundo maior produtor de carne bovina, e o terceiro maior produtor de carne de frango, ocupando também o posto de maior exportador de ambos os insumos.

Foto: Rodolfo Rosa / Foto: Arquivo pessoal

O economista Rodolfo Rosa comenta a importância do Brasil em âmbito global na produção agropecuária. Ele cita que um dos grandes diferenciais do país é o espaço físico: o território brasileiro tem muito espaço cultivável. Esse aspecto o leva a competir com os outros países em todo mundo, mesmo que eles tenham tecnologia mais desenvolvida e outros pontos positivos.

É justamente o desenvolvimento tecnológico que tem, entre outros fatores, ajudado o agronegócio a crescer no Brasil. Contudo, destaca Rosa, ainda há muitos desafios a superar. Entre eles, a logística do transporte, que no país corresponde quase que inteiramente ao meio rodoviário.

“Nós precisamos desenvolver outros modais, como o hidroviário e o ferroviário”, alerta o economista. Como as cargas são muito pesadas e as distâncias muito longas, os preços acabam aumentando bastante. Ele também lista o excesso de impostos como um desincentivo à produção, sendo uma realidade que precisa de mudanças.

Encontro de gerações

Antônio Celso Ferraz / Foto: Arquivo pessoal

Em relação ao Vale do Paraíba paulista, Rodolfo Rosa afirma que a região é uma das protagonistas na produção agropecuária do Brasil, e destaca duas atividades: a produção de leite e a criação de gado de corte. Um dos profissionais que atua nesta área na região, o engenheiro agrônomo Antônio Celso Ferraz, conta que a produção tem obtido resultados cada vez melhores, justamente pelo desenvolvimento das técnicas agropecuárias. Natural de Cachoeira Paulista (SP), ele relata que seu avô, produtor rural, o influenciou muito na escolha da carreira. Depois de se formar na faculdade, o jovem Antônio o ajudou a alcançar um melhor desempenho, de forma mais sustentável.

“Comecei a ajudar meu avô numa pequena área de milho onde ele costumava colher 0,5 carro de boi de milho (com espiga, palha e sabugo). Simplesmente adotando a análise química do solo, aplicando calcário para corrigir a acidez e saindo do plantio de enxada em covas para o plantio com plantadeira manual em linhas (matraca), a colheita foi de 3 carros de boi, ou seja, a produtividade foi seis vezes maior”, exemplifica o engenheiro.

Desenvolvimento do cultivo

Por meio de estudos científicos e desenvolvimento tecnológico, Antônio afirma que o Brasil colhe, atualmente, 300 milhões de toneladas de grãos, ao passo que produzia 70 milhões de toneladas quando estava na universidade. “O solo bem cuidado traz prosperidade e sustentabilidade, preserva a água e garante as futuras gerações”, sublinha o agrônomo.

Antônio também partilha que, ao longo da vida, aprendeu tanto na academia quanto com o pequeno produtor. Contudo, ele destaca a visão que adquiriu acerca dos seres humanos envolvidos no processo de plantar e colher. “O homem produtor rural é o mais importante. Assim, se ele está feliz e ganhando dinheiro, ele começa a proteger seu solo, sua nascente, visando sempre a uma melhor colheita no próximo ano. Se você valoriza o ser humano, ele vai dando valor ao ambiente e às futuras gerações”, indica.

Com fé, semear e deixar-se germinar

Elias Júnior/ Foto: Arquivo pessoal

Missionário da Comunidade Canção Nova desde 2012, o apresentador do programa Canção Nova Sertaneja, Elias Júnior, também tem uma íntima ligação com a vida no campo. Seu pai era agricultor, então desde a infância ele teve contato com a roça, de onde sua família tirava o próprio sustento.

Hoje, em sua missão de evangelizar, Elias afirma que Deus utiliza esta linguagem para levar adiante Sua mensagem. “Tenho a linguagem do campo, não posso negar essa minha raiz, e isso é instrumento nas mãos de Deus para comunicar o que Ele quer para o meu povo que possui as mesmas raízes, e isso pra mim é precioso”, afirma o apresentador.

Entre as lições que aprendeu no campo, o missionário destaca a dependência da Divina Providência. A incerteza sobre o que a terra produzirá ensina a ter uma fé cada vez mais forte em Deus. “Seja grande ou pequeno produtor, ambos plantam e dependem de Deus para que germine, dê frutos, e eles possam colher o que plantaram para o sustento de suas famílias”, indica Elias.

Da mesma forma, cita o apresentador, o homem do campo vive a experiência de Jesus semeador, que lança Sua palavra nos corações dos homens. “Depende de nós, de nosso acolhimento para que essa palavra dê frutos”, frisa o missionário.

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